Após ver ação despencar 6% na Bolsa, Minerva anuncia compra de frigorífico
SÃO PAULO - A Minerva (BEEF3) anunciou na última quinta-feira após o fechamento do pregão a compra de terras para a produção de bovinos, localizada na cidade de Janaúba, onde anteriormente ficava o frigorífico Kaiowa. A empresa informou que a compra, publicada nesta data no Diário Oficial do Estado de São Paulo, foi realizada em leilão judicial que ofertou os ativos da massa falida do frigorífico.
O valor total pago será de R$ 40 milhões, mas a Minerva estima um investimento adicional entre R$ 10 e R$ 15 milhões e um capital de giro entre R$ 30 e R$ 40 milhões, tendo em vista que a planta encontra-se atualmente fechada e precisa modernizar suas operações. Após os investimentos, a planta de Janaúba terá capacidade de abate e desossa de aproximadamente 900 cabeças/dia, podendo alcançar um faturamento anual de cerca de R$ 500 milhões e Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) entre R$ 45 e R$ 50 milhões por ano.
"Esta aquisição representa uma excelente oportunidade para a companhia aumentar sua presença em Minas Gerais, que se destaca por possuir ótimas condições sanitárias e o segundo maior rebanho de bovinos do Brasil (estimado em 24 milhões de cabeças)", diz a Minerva em comunicado ao mercado.
Movimento atípico na Bolsa
Antes da divulgação do comunicado, no entanto, as ações da Minerva apresentaram uma movimentação atípica no mercado. Os papéis BEEF3 negociados na Bovespa fecharam a quinta-feira com queda de 6,04%, cotadas a R$ 9,80 - menor patamar desde 31 de outubro.
Além disso, o volume financeiro negociado no dia foi de R$ 23,9 milhões, quase três vezes maior que o giro médio diário nos últimos 21 pregões. Vale mencionar que seus pares no setor não acompanharam esse forte declínio na véspera: as ações da Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) caíram apenas 1,49% e 1,01%, respectivamente, enquanto os papéis da JBS (JBSS3) tiveram alta de 2,13%.
Nesta sexta-feira, as ações da Minerva esboçam uma reação. Às 10h24 (horário de Brasília), elas marcavam alta de 2,65%, cotadas a R$ 10,06. No acumulado do ano, no entanto, elas ainda somam perdas de mais de 12% .
