Após pedido de afastamento, juiz do caso Eike diz que defesa faz "manobras"
SÃO PAULO - Após pedido de afastamento, o juiz Flávio Roberto de Souza, titular da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que cuida do caso do empresário Eike Batista, acusou a defesa de fazer "manobras" e disse que não abrirá mão do processo, falou em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, nesta sexta-feira (5).
O empresário é acusado de "insider trading" (uso indevido de informações privilegiadas) e manipulação de mercado em negociações com ações da OGX Petróleo, agora Óleo e Gás Participações.
Segundo o juiz, é tática da defesa ir criando embaraços para que o processo não anda. "São manobras", disse, em entrevista. Hoje, os advogados de Eike entraram com ação solicitando o afastamento do juiz, alegando que ele estaria sendo parcial e teria propensão a uma sentença condenatória do empresário.
"Não é conceito meu, está em todos os jornais", disse Souza. Para o juiz, as declarações sobre a situação financeira de Eike foram uma ironia baseada em fatos. "Ele se diz classe média mas recebe um pro-labore de R$ 1 milhão por mês. É um fato objetivo".
Segundo a defesa, o magistrado não tem imparcialidade para julgar Eike, citando que o juiz já o chamou de "megalomaníaco".
Souza disse que a próxima audiência da ação penal continua marcada para o dia 17 de dezembro, a menos que o TRF (Tribunal Regional Federal) decida suspendê-la liminarmente. O depoimento de Eike deverá acontecer em 2015, já que o recesso do judiciário começa em 20 de dezembro.
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