Conheça a economia criativa e veja 5 dicas para empreender na área
Pequenas empresas que dependem do talento e da criatividade de seus fundadores e funcionários fazem parte de um novo segmento da economia, cada vez mais comentado, a economia criativa. Essas empresas que transformam criação em produtos e serviços estão distribuídas em 13 áreas: arquitetura, publicidade, design, artes e antiguidades, artesanato, moda, cinema e vídeo, televisão, editoração e publicações, artes cênicas, rádio, softwares de lazer e música.
“São áreas em que a qualidade e o valor do trabalho dependem do talento das pessoas que o fazem, e não do tamanho da empresa e da quantidade de capital que ela possui”, afirma Manuel Muller, professor responsável pelo curso de gestão de negócios para empresas criativas, da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado).
Por um lado, é mais simples iniciar um negócio nas áreas da economia criativa, já que não é necessário um grande capital inicial. As empresas da economia criativa já movimentam R$ 381 milhões, ou 2,6% do PIB brasileiro, segundo mapeamento da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
Convencer pessoas do preço de uma ideia é dificuldade dos empreendedores
Ainda de acordo com o estudo, o segmento concentra profissionais jovens, instruídos e bem remunerados. Nas indústrias criativas, os salários são 42% acima da média nacional. Porém, uma dificuldade do setor é calcular o valor de uma ideia ou de um produto totalmente novo para oferecê-lo a um investidor ou cliente.
5 dicas para empreender na economia criativa
1
Tenha um propóstio
Entenda a necessidade das pessoas para oferecer um produto ou serviço que tenha relevância. Não pense primeiro no dinheiro, o lucro é consequência.
2
Tire sua ideia do papel
Boas ideias não viram negócios sozinhas. Planeje, pesquise e implemente. Pense num produto simples e viável, que possa ganhar escala.
3
Crie um protótipo
Com a internet, é possível lançar um produto sem que ele esteja completamente finalizado, aperfeiçoá-lo e corrigindo de acordo com o retorno dos usuários. Assim, ele chega ao mercado já testado e as chances de dar errado são menores.
4
Use métricas
Mensure o impacto do que está criando. Trabalhe com pesquisas qualitativas e quantitativas, pois os investidores estão acostumados a número e resultados.
5
Capacite-se em gestão
Nem sempre um empreendedor criativo é um bom administrador. Estude sobre gestão ou cerque-se de pessoas com conhecimentos complementares.
A empreendedora Vanessa Queiroz, uma das sócias do estúdio de design Colletivo, sente na pele esse desafio, comum a todos os empreendedores criativos. “As pessoas têm mania de querer soluções imediatas. Os clientes querem inovações, mas querem determinar o preço que pagarão e o prazo de entrega antes da criação. Mas, não dá para trabalhar assim. É uma briga diária. Existe um tempo de pesquisa, de maturação da ideia”, declara.
O design é considerado o setor criativo mais importante porque é multidisciplinar – está presente na arquitetura, na moda, na publicidade, nos softwares, entre outros. Segundo Queiroz, o design ajuda empresas a se diferenciarem no mercado, já que existem tantos produtos similares. E o mercado está crescendo. “Hoje somos procurados por construtoras que vão lançar empreendimentos imobiliários, o que era impensável anos atrás.”
O professor da Fecap diz que o assunto é muito discutido atualmente porque os governos perceberam que essas atividades geram empregos e riquezas para o país.
“Se um produto criativo faz sucesso, se tem um diferencial ou cria um estilo diferente, ele gera valor adicionado às exportações de um país. Na Alemanha, por exemplo, a economia criativa gera mais receita que a indústria farmacêutica”, declara. No Brasil, já existe a Secretaria da Economia Criativa, vinculada ao Ministério da Cultura, que oferece benefícios para micro e pequenos empreendimentos criativos.
Negócios criativos têm propósito além do lucro
Juliana Proserpio, co-fundadora e diretora da escola de inovação Design Thinking, defende que os jovens não querem mais trabalhar em grandes empresas e, sim, ter liberdade para criar e sentir que o trabalho que desempenham é importante para a sociedade.
Ela dá dicas para quem quer empreender na economia criativa. “O negócio tem que ter um propósito, tem que melhorar ou facilitar a vida das pessoas de alguma forma. Não adianta pensar no dinheiro em primeiro lugar, ele é consequência.”
Proserpio diz que o mercado está cheio de boas ideias, mas que os empreendedores precisam tirá-las do papel, fazer sua implementação e colocar o negócio para rodar. Para atrair investidores para a empresa, é necessário se preparar ainda mais.
“Há pessoas que não enxergam o valor do intangível, então, é importante usar métricas para medir o impacto do que se está criando. Trabalhar com pesquisas qualitativas e quantitativas, pois os investidores estão acostumados a número e resultados. Tem que aprender a falar a linguagem deles”, recomenda.
Internet permite criação de protótipos
Tiago Mattos, publicitário e fundador da Perestroika, escola de criação, diz que a internet permite um modelo de negócios novo, que poupa o tempo do planejamento estratégico. “É possível lançar um produto sem que ele esteja completamente finalizado, ir aperfeiçoando e corrigindo de acordo com o retorno das pessoas. Isso permite uma competição mais justa, porque não necessita de capital muito grande para lançamento”, afirma.
De acordo com Mattos, a criatividade não se restringe aos profissionais das áreas integrantes da economia criativa e todos os setores podem mudar seu jeito de trabalhar. “Há demandas e possibilidades em todas as áreas. Na saúde, por exemplo, poucas mudanças ocorreram até agora, mas com o advento da inteligência artificial, que dará prognósticos mais precisos, haverá mudanças na relação entre médico e paciente. É um mercado potencial.”
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