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Petroleiros prometem greve e protesto no dia em que Petrobras faz 60 anos

Manifestantes acampam em frente ao prédio da Petrobras, no Rio, desde 24 de setembro - Ale Silva/Futura Press
Manifestantes acampam em frente ao prédio da Petrobras, no Rio, desde 24 de setembro Imagem: Ale Silva/Futura Press

Letícia Marçal

Do UOL, em São Paulo

03/10/2013 06h00

Os petroleiros organizam uma greve de 24 horas para esta quinta-feira (3), dia em que a Petrobras comemora 60 anos. A paralisação deve atingir funcionários nas plataformas, refinarias, terminais e escritórios da Petrobras e suas subsidiárias. A produção, no entanto, não deve parar. 

Também estão previstas manifestações em Brasília e no Rio, com apoio de movimentos sociais.

Os petroleiros reivindicam a suspensão do leilão do campo de Libra, no pré-sal, previsto para o próximo dia 21.

Petroleiros são contra leilão do pré-sal e terceirização de mão-de-obra

De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), entidade sindical filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), a categoria quer que exploração e produção de petróleo sejam 100% estatal, para que os recursos sejam usados “em benefício da população”. 

Pela regra atual, a exploração do campo de Libra será feita por um consórcio vencedor, com participação da Petrobras, que deve repassar parte dos lucros para a União, além de pagar royalties.

A categoria também é contra o Projeto de Lei 4330, que permite a terceirização de atividades ligadas à produção das companhias de petróleo. Segundo a entidade, a terceirização de petroleiros viola direitos e conquistas da classe trabalhadora.

A FUP afirma ter apresentado uma pauta de reivindicações para a Petrobras, em 6 de agosto, e diz que a empresa ainda não se manifestou.

Procurada, a Petrobras disse não comentar o caso, pois a responsabilidade pelo leilão de Libra é da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

A ANP disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que o leilão do campo de Libra está de acordo com as leis. “A realização da primeira rodada do Pré-sal pela ANP atende à Resolução 4 de 2013 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)”.

SP: petroleiros organizam protesto na avenida Paulista

Em São Paulo, o Comitê Estadual de Defesa do Petróleo, articulado pelo Sindipetro Unificado SP, junto com centrais sindicais e movimentos sociais, organiza uma manifestação na avenida Paulista, em frente a um dos escritórios da Petrobras.

O protesto deve começar às 17 horas desta quinta-feira.

Rio: manifestações na Praça 15

No Rio, a manifestação deve começar às 16 horas na Praça 15, região central. O protesto é organizado por movimentos sociais que integram a campanha "O petróleo tem que ser nosso" e pelo Sindipetro-RJ, sindicato dos petroleiros do Rio.

O evento deve ter participação de artistas e intelectuais --entre eles, o ator Paulo Betti, que encena a campanha da Federação Única dos Petroleiros contra o leilão de Libra.

Acampamentos no Rio e em Brasília

No Rio, petroleiros ligados ao Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e manifestantes de movimentos sociais acampam em frente à sede da Petrobras, no centro da cidade, desde o dia 24 de setembro.

O acampamento foi batizado de “Ocupa Petrobras”. De acordo com os manifestantes, o protesto não tem data para acabar.

Em Brasília, o acampamento, organizado pela Federação Única dos Petroleiros e pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), está na frente do Congresso Nacional desde esta quarta-feira (2).

De acordo com o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, não há previsão para o fim do acampamento. “Só saímos daqui, quando o leilão do campo de Libra for suspenso”.

Conselho da FUP se reúne na próxima semana para discutir a greve

O conselho da Federação Única dos Petroleiros deve se reunir na próxima terça-feira (8) para avaliar os resultados da manifestação desta quinta e discutir sobre uma possível greve mais ampla, a partir de 17 de outubro.