Empréstimos para elétricas vão custar R$ 26,6 bi aos consumidores, diz TCU
Os empréstimos coordenados pelo governo para socorrer as distribuidoras de energia vão custar R$ 26,6 bilhões para os consumidores entre 2015 e 2017, segundo cálculos do Tribunal de Contas da União (TCU) divulgados nesta quarta-feira (1º).
Somente os juros dos empréstimos tomados com os bancos vão custar R$ 8,79 bilhões, aponta o TCU.
A falta de chuva e o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas neste ano obrigou as distribuidoras de energia a acionar usinas termelétricas, cuja energia é mais cara.
Elas já tinham feito um empréstimo de R$ 11,2 bilhões, mas o Ministério da Fazenda fechou um novo empréstimo em agosto, de R$ 6,58 bilhões, para amenizar o impacto da compra de energia mais cara pelas empresas.
O novo empréstimo foi fechado entre um sindicato de dez bancos e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que fará o repasse às distribuidoras.
Impacto na conta de luz de 2015 a 2017
Esses empréstimos devem ser sentidos na conta de luz do consumidor entre 2015 e 2017, confirmou o Ministério de Minas e Energia (MME) em agosto. O impacto deve ser de 2,6% em 2015, chegando a 5,6% em 2016 e 1,4% em 2017.
A diluição do reajuste por um prazo maior reduz o impacto do aumento da tarifa de luz na inflação.
Isso é importante porque a inflação oficial se encontra sob pressão, perto do limite da meta do governo em 12 meses (que é de 4,5%, com tolerância 2 pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, de 2,5% até 6,5%).
BNDES vai emprestar R$ 2,7 bilhões
Além das 10 instituições financeiras que participaram do primeiro empréstimo, que foi de R$ 11,2 bilhões, a segunda operação contou com a participação de mais três bancos, num total de 13, um deles o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O banco federal de fomento entraria inicialmente com R$ 3 bilhões, mas teve sua participação reduzida para R$ 2,7 bilhões, com a entrada de mais instituições.
Na soma do primeiro e do segundo empréstimo, que chega a R$ 17,78 bilhões, a participação dos bancos públicos federais --Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES-- alcança 52,58%, segundo o Ministério da Fazenda.
O restante são recursos de Bradesco, Itaú, Santander, BTG Pactual, Citibank, J.P. Morgan, Credit Suisse, Bank of America, BRB e Banrisul.
(Com Reuters e Valor)
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