Importações superam exportações em US$ 2,8 bi, pior fevereiro desde 1980
As importações superaram as exportações em US$ 2,842 bilhões em fevereiro, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (2) pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Esse é o pior resultado para a chamada balança comercial desde o início da série histórica, em 1980.
Ainda assim, o resultado foi melhor do que o de janeiro, quando a chamada balança comercial ficou negativa em US$ 3,174 bilhões.
O resultado de fevereiro foi influenciado pela queda nas exportações em todas a categorias de produtos, com destaque para minério de ferro, petróleo, soja e componentes automotivos.
Queda nas exportações e nas importações
No mês passado, as exportações somaram US$ 12,092 bilhões, com queda de 15,7% em relação a igual mês do ano passado, por conta de queda nas vendas em todas as categorias de produtos: básicos, semimanufaturados e manufaturados.
Entre as principais retrações estão minério de ferro (-35,7%), soja (-72,2%), petróleo (-5,5%), açúcar (-44,6%) e autopeças (-12,2%).
As importações, por sua vez, ficaram em US$ 14,934 bilhões em fevereiro, com recuo de 8,1% em relação a fevereiro do ano passado, com menos compras no exterior dos itens de combustíveis e lubrificantes (-20,3%), bens de capital (-8%), bens de consumo (-6,8%) e matérias-primas (-3%).
Saldo do 1º bimestre é semelhante ao de 2014
No acumulado do ano, os embarques feitos pelo país somam US$ 25,796 bilhões, 13,1% abaixo de igual período de 2014 pela média diárias das operações.
No ano, a importações estão em US$ 31,812 bilhões, 10,2% menores ante os dois primeiros meses de 2014 pela média diária das operações.
Com isso, o com saldo comercial do primeiro bimestre ficou negativo em US$ 6,016 bilhões. No mesmo período do ano passado, o déficit era de US$ 6,196 bilhões.
Commodities em baixa e Argentina em crise
A balança comercial segue este ano prejudicada pelo baixo valor das commodites (como soja e petróleo), perda de dinamismo das exportações de manufaturados e por menores exportações para a Argentina.
A valorização do dólar ante o real pode melhorar o desempenho das exportações, mas autoridades e especialistas em comércio exterior avaliam que, assim como um dólar mais valorizado, é necessário também a estabilização no câmbio para permitir planejamento das operações de vendas no exterior.
A fraqueza da balança comercial segue como um dos principais fatores da deterioração das contas externas do país. Em janeiro, a conta transações correntes do balanço de pagamentos registrou déficit de US$ 10,7 bilhões e o Banco Central projeta para fevereiro saldo negativo de US$ 6,4 bilhões.
Ajuste do governo prejudica exportações
Em um revés para o comércio exterior, mas a fim de ajustar as contas do governo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou uma redução do benefício tributário Reintegra para o setor exportador.
Com isso, a alíquota de crédito tributário sobre as vendas de produtos no exterior passou de 3% para 1% para 2015 e 2016.
(Com Reuters)
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