IPCA
0,83 Mai.2024
Topo

Ajuste fiscal é como dentista: ninguém quer, mas tem de ir, diz Mercadante

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

09/03/2015 13h00

O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, defendeu as medidas de ajuste fiscal (aumento de impostos e corte de benefícios) que o governo vem tomando desde o início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) e as comparou com a necessidade de ir ao dentista.

"Ajuste fiscal é como dentista. Ninguém quer, mas tem que ir", disse Mercadante em entrevista coletiva realizada no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (9).

As declarações de Mercadante acontecem um dia depois do discurso da presidente Dilma Rousseff (PT) em cadeia de rádio e televisão no qual ela pediu "paciência" à população para atravessar a crise econômica atravessada pelo país.

Mercadante disse que as medidas são resultado do esgotamento das políticas adotadas pelo governo federal para contornar a crise financeira de 2008. “Não temos condições de prolongar [as políticas]. Alguns países estão saindo [delas]”, disse Mercadante.

O ministro também falou sobre as manifestações ocorridas no último domingo durante o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (PT) em cadeia de rádio e TV. No último domingo (8), manifestações contrárias à presidente Dilma Rousseff (PT) foram observadas em pelo menos 12 capitais.

Os protestos, que tiveram a forma de panelaço e vaias, ocorreram durante o pronunciamento da presidente em rede nacional de rádio e televisão.

"Meus filhos e as minhas netas, espero que elas também, só venham a conhecer golpe, regime de exceção, pelos livros de história (...) No Brasil só há dois turnos. Não há terceiro turno. A eleição acaba quando alguém vence. Nós vencemos as eleições pela quarta vez e isso precisa ser reconhecido!, disse Mercadante.

O ministro disse estar preocupado, no entanto, com o fato de as últimas eleições terem sido bastante polarizadas e com os efeitos disso em manifestações futuras. E

Ele disse defender a construção de um “diálogo” com demais setores. "A eleição teve momentos de radicalização, e nós precisamos construir uma cultura de tolerância, de diálogo, de respeito", afirmou.