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Poupança tem maior debandada para agosto desde 95 e perde R$ 48,5 bi no ano

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Imagem: Thinkstock

Do UOL, em São Paulo

04/09/2015 15h34Atualizada em 04/09/2015 15h46

Os saques da poupança superaram os depósitos em agosto, pelo oitavo mês seguido, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (4). A diferença foi de R$ 7,501 bilhões, a maior para um mês de agosto desde o início da série histórica do BC, em 1995.

No acumulado do ano, de janeiro a agosto, os saques da poupança estão superando os depósitos em R$ 48,497 bilhões. 

O resultado só não foi ainda pior porque, no último dia útil de agosto, houve entrada de R$ 1,908 bilhão na poupança. 

O desempenho da caderneta em agosto foi bem pior do que o registrado em julho, quando a conta tinha sido negativa em R$ 2,453 bilhões.

Em agosto do ano passado, os depósitos tinham superado os saques em R$ 518,319 milhões. Em todo o ano passado, a poupança conseguiu atrair mais recursos do que foi sacado: R$ 24,034 bilhões. Apesar de positivo, foi o menor resultado desde 2011. 

Efeito no crédito para a casa própria

A caderneta de poupança é principal fonte de financiamento imobiliário do país, por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Como isso, a Caixa Econômica Federal, principal banco de financiamento imobiliário do país, e outros bancos enfrentam um cenário difícil, com menos recursos para emprestar nesta modalidade de crédito.

Neste ano, a Caixa já elevou duas vezes o preço cobrado dos empréstimos pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), além de reduzir, de 90% para 80% a cota máxima de financiamento do imóvel no Sistema de Amortização Constante (SAC) e 50% pela tabela Price.

Por que estão fugindo da poupança?

Os fatores que ajudam a explicar os saques continuam os mesmos: inflação elevada, aumento do desemprego, menor crescimento da renda do trabalhador e maiores gastos com tarifas e combustíveis neste ano.

A alta da taxa básica de juros (Selic), que está em 14,25% ao ano, também tira atratividade da caderneta, que perde em rentabilidade para outros investimentos mesmo considerando a isenção de Imposto de Renda. 

Desde o fim de agosto de 2013, a poupança voltou a ser remunerada pela “fórmula antiga” de 0,5% ao mês mais TR. Pela regra atual, se a Selic voltar a ficar abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento será equivalente a 70% da taxa básica de juros.

(Com Reuters e Valor)