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Renda fixa é investimento mais indicado com juros altos; Bolsa assusta

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Sophia Camargo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

02/09/2015 20h38Atualizada em 09/09/2015 20h47

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, manteve a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano. Com juros altos, especialistas recomendam aplicar o dinheiro na renda fixa, mas sem colocar tudo num único lugar.

Para Vitor Miziara, sócio da Criteria Investimentos, com as altas taxas de juros, não vale a pena investir em opções mais arriscadas, como Bolsa e dólar.

Ele explica que se uma pessoa investe em uma LCI que paga 97% do CDI em um ano, por exemplo, ela tem uma rentabilidade líquida de 13,73%. Para investir em Bolsa e dólar, ela teria que ter a certeza de obter uma rentabilidade maior do que essa no mesmo período. "A 13% ao ano, em seis anos você dobra o capital", diz.

"Se o investidor compra um dólar a R$ 4 numa casa de câmbio, por exemplo, o dólar teria de valer R$ 4,55 em um ano para ganhar mais do que ganharia colocando o dinheiro na renda fixa", afirma. 

Para Eric Trevisani, planejador financeiro da Trevisani Adviser, o Tesouro Direto é a aplicação do momento.

"Como a taxa de juros está nos céus, a rentabilidade é tão fácil que dificulta investir em qualquer outra aplicação. Quem vai arriscar o dinheiro numa empresa quando o juro está tão alto?", diz. "É bom para o investidor, mas é ruim para a economia do país."

Trevisani diz que o investidor deve diversificar as aplicações. Segundo ele, o Tesouro Selic é a porta de entrada, pois sempre garante uma rentabilidade positiva.

Para investir no Tesouro IPCA e Prefixado, o investidor deve procurar títulos que vão vencer quando ele precisar do dinheiro.

"Não é aconselhável especular com esses papéis, pois você pode investir hoje e ter menos dinheiro no dia seguinte. Certeza da rentabilidade só para quem espera o vencimento."

Poupança deve ser evitada

Poupança - Shutterstock - Shutterstock
Imagem: Shutterstock

  • Com alta dos juros, perde competitividade diante dos fundos de renda fixa, até mesmo daqueles que têm altas taxas de administração, acima de 1%
  • Paga rendimento fixo de 0,5% ao mês mais TR. Por isso, não tira proveito da alta dos juros
  • Aplicação só é melhor do que manter o dinheiro na conta-corrente; perde para todos os demais investimentos em renda fixa
  • Até julho, a poupança foi a segunda pior aplicação do ano, só atrás da Bolsa

Tesouro Direto é aplicação do momento

simbolo do tesouro nacional - Alan Marques/Folhapress - Alan Marques/Folhapress
Imagem: Alan Marques/Folhapress

  • Tesouro Selic, que acompanha a alta dos juros, é aplicação mais recomendada
  • Não sofre com a marcação a mercado, que altera o preço do papel diariamente para baixo ou para cima
  • Como sempre tem uma rentabilidade positiva, é indicado para o dinheiro de mais curto prazo
  • Tesouro IPCA+, que são títulos indexados à inflação, são opção para se proteger da inflação e garantir também um juro prefixado
  • Tesouro Prefixado, cuja rentabilidade já é conhecida do investidor no momento da compra, é opção para diversificar
  • Recomendação, no caso do Tesouro IPCA e Prefixado, é prestar atenção ao prazo de vencimento do papel. Quem tirar o dinheiro antes, pode perder rendimento por conta da marcação a mercado

LCAs e LCIs são isentas de IR

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Imagem: Getty Images

  • É ótima opção na renda fixa, por conta da isenção do IR
  • Ponto negativo é que a aplicação exige a manutenção do dinheiro por um período de carência. O mínimo costuma ser de três meses, segundo Trevisani
  • Está difícil encontrar papéis para aplicar. Retração do mercado imobiliário e possibilidade de tributação pelo governo são os motivos
  • Opte pelos papéis que paguem a partir de 90% do CDI

CDBs: bancos menores pagam mais

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  • Melhor optar pelos pós-fixados, para acompanhar a alta dos juros
  • Ideal é que a aplicação pague acima de 105% do CDI; há bancos que pagam até 120% do CDI
  • Bancos maiores costumam pagar entre 85% e 90% do CDI
  • Para obter mais rentabilidade, procure bancos menores. Mas, para aceitar esse risco, é aconselhável limitar o valor do investimento a R$ 250 mil, atual garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC)

Bolsa: há prós e contras

Bovespa - Shin Shikuma/UOL - Shin Shikuma/UOL
Imagem: Shin Shikuma/UOL

  • Para quem não conhece o mercado, não é hora de entrar
  • Para quem quer investir no longo prazo, para além de 2017, Miziara diz que há empresas que estão muito baratas e têm bons fundamentos, tais como baixo endividamento e bom fluxo de caixa
  • Trevisani diz que há operações chamadas estruturadas, mais sofisticadas, que têm como objetivo proteger o investidor de parte das perdas. Não são indicadas para iniciantes

Dólar: fundos cambiais são opção

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  • O investidor que quiser se beneficiar da alta do dólar pode optar pelo investimento em fundos cambiais
  • Lembre-se de que esses fundos têm taxas de administração, algumas vezes taxa de performance e também têm IR 
  • Quem tem gastos já programados em dólar, como estudos ou viagens, também pode ir comprando a moeda aos poucos, para fazer um preço médio e não ficar preso à cotação de um único dia
  • Outra opção de investimento na moeda são fundos nacionais que também apliquem na moeda estrangeira
  • Remessas para o exterior permitem aplicar diretamente lá fora