Saverin, Lemann, Safra: como 5 brasileiros mais ricos do mundo enriqueceram

Donos de grandes patrimônios, os cinco brasileiros mais ricos do mundo têm fortunas acima de R$ 40 bilhões e figuram na lista de bilionários da Forbes.

Veja como eles construíram suas riquezas:

5- Carlos Alberto Sicupira e família

Carlos Alberto Sicupira em homenagem no Senado por sua trajetória como empresário
Carlos Alberto Sicupira em homenagem no Senado por sua trajetória como empresário Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Sócio de longa data dos empresários Jorge Paulo Lemann e Marcel Herrmann Telles, Carlos Alberto Sicupira possui patrimônio de US$ 8,3 bilhões (R$ 41 bilhões).

Formado em Administração pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), ele construiu boa parte de seu patrimônio como sócio da Anheuser-Buschen InBev, ou simplesmente AB InBev, a maior cervejaria do mundo e dona da brasileira Ambev. Ele detém cerca de 3% de participação na companhia.

Criou nos anos 2000, ao lado de Lemann e Telles, o fundo de investimentos 3G Capital, que controla marcas como Burger King, Heinz e Lojas Americanas.

A 3G Capital foi criada para investir apenas em companhias de capital fechado (sem ações em Bolsas de Valores) no Brasil e no exterior. Hoje, também investe em companhias de capital aberto.

O fundo tem participação na AB InBev, que controla a Ambev, e na Restaurant Brands International, dona do Burger King, e também faz parte do grupo de acionistas da Kraft Heinz, dona da Kraft Foods, Heinz e Hemmer.

4- Marcel Herrmann Telles

O empresário Marcel Herrmann Telles
O empresário Marcel Herrmann Telles Imagem: Getty Images

Um dos fundadores da 3G Capital, Marcel Herrmann Telles tem um patrimônio estimado em US$ 10,2 bilhões (R$ 50,3 bilhões).

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Formado em economia pela UFRJ, ele entrou na corretora do Banco Garantia em 1972, onde conheceu seus futuros sócios Lemann e Sicupira.

Além da 3G Capital, ele, Sicupira e Lemann são acionistas de referência das Americanas S.A., dona das Lojas Americanas, do Submarino, do Shoptime e outras marcas.

Os três também são fundadores de outra empresa de private equity, a GP Investments, que hoje é comandada por Antonio Bonchristiano e Fersen Lambranho. A GP investe em empresas dos mais diversos setores, como varejo (Centauro), bens de consumo (Artex, Hypermarcas), educação (Estácio) e imóveis (Gafisa).

3- Jorge Paulo Lemann

Jorge Paulo Lemann foi o segundo homem mais rico do Brasil em 2019
Jorge Paulo Lemann foi o segundo homem mais rico do Brasil em 2019 Imagem: Folha de S.Paulo

Filho de imigrantes suíços, Jorge Paulo Lemann é carioca e se formou em Economia na Universidade de Harvard. Sua fortuna é estimada em US$ 15,1 bilhões (R$ 74,5 bilhões)

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Após se formar em Harvard, Lemann se mudou para Suíça, onde trabalhou no Credit Suisse, e depois retornou ao Brasil, nos anos 1970. No país, virou sócio da corretora de valores Invesco, mas a empresa faliu quatro anos depois.

A virada na vida de Lemann aconteceu quando o empresário ingressou na corretora Libra, que foi posteriormente adquirida por ele. A empresa mudou para Garantia, que posteriormente, em 1976, virou um banco de mesmo nome.

Em 1982, o Grupo Garantia comprou o controle acionário das Lojas Americanas na Bolsa de Valores, o que mantém até hoje.

Dois anos depois, em 1984, adquiriu a cervejaria Brahma, que mais tarde deu origem à Ambev após a fusão com a Antárctica, em 1999. A companhia hoje é considerada a maior cervejaria da América Latina e teve lucro líquido de R$ 3 bilhões no segundo trimestre de 2022.

Além do ramo de bebidas, Lemann - ao lado de Telles e Sicupira - fundou o 3G Capital, que é dono das marcas Burger King e Heinz no Brasil.

2- Eduardo Saverin

Eduardo Saverin, cofundador do Facebok, foi a pessoa mais rica do Brasil em 2021
Eduardo Saverin, cofundador do Facebok, foi a pessoa mais rica do Brasil em 2021 Imagem: Jason Kempin

Um dos fundadores do Facebook, Eduardo Saverin tem fortuna estimada em US$ 16,9 bilhões (cerca de R$ 82,2 bilhões).

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Neto de família rica, seu avô Eugênio Saverin fundou a fábrica de roupas infantis Tip Top, em 1952, que trazia ao mercado nacional os primeiros macacões para criança. Com boas condições financeiras, Eduardo estudou parte do 1° grau (atual Ensino Fundamental) e concluiu os estudos médios na escola Gulliver Preparatory School, em Miami.

Ele estudou em Harvard em 2004, ano em que ele, Zuckerberg e mais três amigos fundaram o Facebook. A maior parte de sua fortuna é proveniente justamente da participação na empresa.

Inicialmente 70% do Facebook era de Mark Zuckerberg e o restante de Eduardo Saverin, segundo Ben Mezrich, autor do livro "Bilionários por acaso". Após processos judiciais, hoje estima-se que Saverin tenha 5% das ações da empresa.

Em 2016, ele lançou o fundo de risco B Capital Group ao lado do economista Raj Ganguly. O fundo investe em empresas de tecnologia em estágio avançado localizadas na Ásia, na Europa e nos EUA.

A empresa tem escritórios em Los Angeles, São Francisco e Singapura e investe em startups pioneiras "prontas para crescer no cenário global".

1- Vicky Safra

Vicky Safra e Joseph Safra
Vicky Safra e Joseph Safra Imagem: Bruno Poletti/Folhapress
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De origem grega, a mulher mais rica do Brasil e viúva do banqueiro Joseph Safra possui uma fortuna de US$ 17 bilhões (R$ 83,5 bilhões).

Sua família atua no setor bancário desde o século 19. O banco da família, o Safra Frères & Cie, tinha filiais em Istambul (Turquia), Alexandria (Egito) e Beirute (Líbano) e financiava o comércio nos territórios do Império Otomano. Com o fim da Primeira Guerra Mundial e o desmembramento do império, a família se mudou para Beirute e abriu o Banco Jacob Safra.

Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e da criação do Estado de Israel (1948), os Safra se mudaram novamente, chegando em São Paulo, em 1953, para trabalharem com o que mais entendem: bancos.

Vicky e seus quatro filhos adultos herdaram a fortuna de seu falecido marido e pai, o banqueiro Joseph Safra, falecido em dezembro de 2020.

A fortuna dela cresceu de 2022 para 2023 com a integração do patrimônio dos filhos Jacob, David, Alberto e Esther: foi de R$ 37,5 bilhões para R$ 87,8 bilhões, um avanço de 134%.

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