Brookfield tem prejuízo no 1º tri e revê projeção de margem para 2013
RIO DE JANEIRO, 8 Mai (Reuters) - A Brookfield Incorporações registrou um prejuízo quase três vezes maior do que o resultado negativo um ano antes, contrariando as estimativas do mercado que esperavam por lucro, além de ter reduzido sua meta para margem bruta em 2013.
O prejuízo líquido foi de R$ 47,7 milhões entre janeiro e março, número 192,4% maior do que o de um ano antes, de R$ 16,3 milhões, informou a empresa na noite de quarta-feira (9).
A média das projeções de seis analistas obtidas pela Reuters apontava para um lucro líquido de R$ 24,2 milhões.
A última linha do balanço da incorporadora foi pressionada por um lucro bruto 15% menor, a R$ 100,4 milhões, levando a margem bruta cair de 20,4% para 13,5% em bases anuais.
De acordo com o diretor de relações com investidores da Brookfield, Luciano Guagliardi, o recuo aconteceu principalmente por ajustes orçamentários realizados em 2012, por um reconhecimento de receita de um "mix de vendas" com margens inferiores e custos de R$ 10,4 milhões de 34 projetos finalizados.
A expectativa da companhia é de que essa margem se recupere ao longo do ano e que encerre 2013 entre 20% a 24%, abaixo da projeção anterior, divulgada no ano passado, de um intervalo de 28 a 30 por cento.
"Não será mais de 28% a 30%, mas é muito melhor do que os 13,5% do primeiro trimestre. Estou sinalizando um processo de recuperação", disse o diretor, ressaltando o ciclo longo do negócio, de cinco anos.
Para este ano, a Brookfield não modificou suas estimativas de que as vendas contratadas fiquem no intervalo entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões. A empresa não divulgou previsão para lançamentos em 2013.
Também para este ano, a incorporadora reiterou sua estimativa de entregar de 20 mil a 25 mil unidades, que devem totalizar Valor Geral de Vendas (VGV) entre R$ 3,5 bilhões e R$ 4 bilhões.
"Existe uma concentração grande no segundo semestre destas entregas. Esse repasse vai se convergir em caixa e esse caixa vai se convergir para a companhia no segundo semestre", reafirmou.
No primeiro trimestre, os lançamentos foram de R$ 242 milhões, queda de 36,2% ante os primeiros três meses de 2012.
"Estes R$ 242 milhões não servem de base para nenhum tipo de análise", Guagliardi. Segundo ele, de 2010 a 2012, o volume total lançado entre janeiro e março correspondeu a 12% dos lançamentos totais de cada um daqueles anos.
As vendas foram de R$ 596 milhões no período, ante R$ 795 milhões um ano antes. "A nossa velocidade de vendas sobre oferta neste trimestre foi de 16%, que a gente acha mais estável e cabe na nossa conta", afirmou. No trimestre anterior, a VSO havia sido de 23,7%.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 25,5% ano a ano, a R$ 67,2 milhões. A margem Ebtida caiu 6,5 pontos percentuais, a 9,1%.
(Por Juliana Schincariol)
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