Dólar chega a cair 2% e vai a R$2,26 com pesquisa sobre governo Dilma
SÃO PAULO, 27 Mar (Reuters) - O dólar chegou a recuar 2 por cento nesta quinta-feira, à casa dos 2,26 reais, após pesquisa mostrar queda na aprovação do governo da presidente Dilma Rousseff, num momento em que os mercados mostram ceticismo em relação à condução da política econômica do país.
Às 13h03, a moeda norte-americana recuava 1,75 por cento, a 2,2698 reais na venda, após bater 2,2608 reais na mínima da sessão, menor nível para a moeda desde o fim de novembro. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 1,3 bilhão de dólares.
"O mercado, de uma maneira geral, vem reagindo mal às decisões da Dilma. Então se existe a perspectiva de uma mudança no quadro eleitoral, ele reage bem", disse o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros.
Pesquisa CNI/Ibope mostrou que a aprovação do governo da presidente Dilma caiu para 36 por cento em março, ante 43 por cento em novembro. O início da campanha eleitoral, em que Dilma busca a reeleição, está marcado para o início de julho.
O resultado da pesquisa ajudou o dólar a ampliar as perdas ante o real vistas desde o início da sessão. Nas primeiras horas do pregão prevaleceu otimismo de investidores em relação a ativos emergentes. Contudo, as perdas foram contidas nos primeiros negócios, diante de dúvidas sobre a disposição do Banco Central em permitir que a moeda norte-americana recuasse abaixo de 2,30 reais.
"O mercado já estava operando com um viés mais positivo desde o começo do dia, mas só furou o suporte de 2,30 reais depois que saiu a pesquisa da Dilma", disse o operador de uma corretora internacional. Alguns especialistas acreditam que o dólar mais barato desagradaria o governo por prejudicar as exportações.
Pela manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Todos os contratos vendidos têm vencimento 1º de dezembro deste ano, com volume correspondente a 198,2 milhões de dólares. A autoridade monetária também ofertou swaps para 1º de outubro, mas não vendeu nenhum.
Além disso, também vendeu a oferta total de 10 mil swaps em leilão para rolagem dos contratos que vencem na próxima terça-feira. No total, o BC já rolou pouco menos de 70 por cento do lote total, que equivale a 10,148 bilhões de dólares.
(Por Bruno Federowski)
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