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Com fraqueza do mercado, Petrobras reduzirá mais importação de gasolina, diz fonte

25/11/2015 18h11

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Com as vendas de combustíveis despencando no Brasil neste ano em função da crise econômica, a perspectiva é de que as importações de gasolina e diesel da Petrobras acentuem queda até o final de 2015, disse uma fonte da empresa.

A petroleira estima que nos últimos quatro meses do ano a importação de diesel fique, em média, em 50 mil barris ao dia, ao passo que a de gasolina em cerca de 20 mil barris/dia, segundo a fonte que prefere ficar no anonimato.

Na média do ano, a Petrobras projeta uma importação de 70 mil a 80 mil barris/dia de diesel e de 30 mil barris/dia de gasolina.

A empresa importou em meses do segundo trimestre cerca de 35 mil barris/dia de gasolina, após ter importado 50 mil barris/dia em média no primeiro trimestre.

"No primeiro semestre, o mercado foi um pouco maior e a demanda também. Agora tem uma recessão forte aí mexendo com o mercado", explicou a fonte da empresa.

As vendas de combustíveis no Brasil despencaram 5,8 por cento em outubro e têm queda de 1,4 por cento no acumulado do ano, segundo dados publicados na terça-feira pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Segundo dados da ANP, a queda na comercialização de combustíveis só não é maior porque as vendas de etanol hidratado, que ficou mais competitivo após reajuste da gasolina em setembro, dispararam na maior parte do ano.

"Diesel tem a ver com atividade econômica, e gasolina tem a ver com renda das pessoas", acrescentou a fonte da empresa.

A queda na importação também foi atribuída à entrada em operação da Refinaria de Pernambuco (Abreu e Lima), que ampliou a capacidade nacional de produção de diesel.

A queda no consumo de combustíveis ocorre bem no momento em que a Petrobras poderia tirar grandes vantagens de preços internacionais mais baixos de derivados, em função da queda dos preços do petróleo.

A fonte disse ainda que os preços dos dois combustíveis estão entre 8 e 10 por cento mais caros no Brasil ante os valores praticados no exterior, o que gera ganhos para a petroleira brasileira com as importações.

Esses patamares devem ser mantidos para o fechamento do mês, de acordo com a fonte.

"Foram dois meses (outubro e novembro) de alívio e ganhos para a companhia", disse a fonte.

No mês de outubro, os preços internos já tinham fechado com uma vantagem para a Petrobras da ordem de 5 por cento, segundo a fonte.