Indústria do Brasil interrompe 2 meses de alta e fica estagnada em maio
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A produção industrial do Brasil ficou estagnada em maio, resultado melhor do que o esperado mas que interrompeu dois meses seguidos de alta, mostrando que seu fôlego não conseguiu se sustentar diante da debilidade econômica.
O resultado de maio foi o melhor para o mês desde 2012, quando a produção subiu 0,1%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (1º).
Já em relação ao mesmo mês de 2015, houve queda da produção de 7,8%, a 27ª perda seguida nessa base de comparação.
Pesquisa da agência de notícias Reuters apontava que as expectativas de economistas eram de queda de 0,1% na comparação mensal e de 8% na base anual, nas medianas das projeções.
"Essa sequência positiva e esse período de maior intensidade para a produção industrial não reverte quedas passadas nem a queda de fevereiro (de 2,7%), que sozinha foi mais forte que os resultados positivos deste ano", disse o economista do IBGE, André Macedo, citando processo de normalização dos estoques da indústria.
Segundo o IBGE, o melhor resultado em maio foi apresentado pela categoria Bens de Capital, uma medida de investimento, com alta de 1,5% sobre abril, porém recuo de 11,4% na comparação com um ano antes.
O grupo Bens de Consumo mostrou leve avanço mensal de 0,1% e queda anual de 5,4%. Já a fabricação de Bens Intermediários teve queda de 0,7% sobre abril, recuando 8,1% contra um ano antes.
Doze dos 24 ramos pesquisados tiveram alta na comparação mensal. A principal influência positiva foi dada pelo aumento de 4,8% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias.
O setor industrial tem sido um dos mais afetados pela recessão enfrentada pelo país. Ainda assim, as expectativas vêm melhorando e ajudando a confiança.
(Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira; Edição de Patrícia Duarte)
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