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Via Varejo reverte prejuízo e tem lucro de R$ 65 mi no 2º tri com ecommerce e crédito fiscal

Casas Bahia muda a marca apostando no ecommerce em nova fase da Via Varejo  - Divulgação
Casas Bahia muda a marca apostando no ecommerce em nova fase da Via Varejo Imagem: Divulgação

Paula Arend Lauer

Da Reuters, em São Paulo

13/08/2020 08h33

A Via Varejo teve lucro líquido contábil de R$ 65 milhões no segundo trimestre, revertendo prejuízo de R$ 162 milhões um ano antes, com forte desempenho do comércio eletrônico, uma vez que medidas de isolamento por causa da pandemia de covid-19 elevaram as vendas online.

"Passamos a explorar ao máximo o ecommerce, com muito sucesso, atingindo resultados expressivos", destacou a dona das redes Ponto Frio e Casas Bahia, entre outras, em documento sobre o balanço divulgado na noite de quarta-feira.

Ainda assim, a companhia teve prejuízo operacional de R$ 176 milhões, em razão da queda de receita, custos fixos vinculados ao fechamento de lojas na pandemia e aumento da despesa financeira. Mas a perda foi menor do que um ano antes (R$ 296 milhões).

O resultado também contempla crédito transitado em julgado de ICMS na base PIS/Cofins totalizando R$ 364 milhões no segundo trimestre.

A receita líquida caiu 12,4%, para R$ 5,28 bilhões, enquanto a receita bruta recuou 7,8%, a R$ 6,46 bilhões, mas com alta na margem bruta de 27,9% para 35,3%. A receita bruta nas lojas físicas caiu 63%, a 2,18 bilhões de reais, enquanto do online saltou quase 300%, a R$ 4,28 bilhões.

As vendas totais do ecommerce, incluindo marketplace, e lojas (GMV - Gross Merchandise Volume) ficaram quase estáveis (+0,5%) no segundo trimestre, a 7,26 bilhões de reais, enquanto o GMV apenas do comércio online, incluindo marketplace, saltou para R$ 5 bilhões, de 1,3 bilhão um ano antes.

No segundo trimestre, as despesas com vendas, gerais e administrativas cresceram 0,7%, para 1,365 bilhão de reais, com aumento também do percentual em relação à receita para 25,9%, de 22,5% um ano antes. Excluindo fatores não recorrentes, essas despesas caíram 9,7%.

A inadimplência acima de 90 dias alcançou 13,5% no final do trimestre, mas a companhia disse que observou forte melhora dos recebimentos durante maio e junho, e que julho e agosto continuam fortes. "Esperamos durante o terceiro trimestre recuperar o atraso gerado pelo fechamento das lojas." Em julho, essa taxa ficou em 9%.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 71,7% no segundo trimestre ante o mesmo período do ano anterior, para R$ 532 milhões, com margem Ebitda avançando de 5,1% para 10,1%. Em termos ajustados, totalizou R$ 555 milhões (+45,7%), com a margem subindo a 10,5%.

O Ebitda ajustado operacional teve acréscimo de 76%, a R$ 314 milhões, com alta de 2,9 pontos percentuais na margem Ebitda operacional ajustada, a 5,9%.

A companhia atribuiu o resultado a fatores como "a excepcional venda do canal online, a evolução de margem de produtos e as ações de redução de despesas fixas e variáveis".

O resultado financeiro líquido de efeitos não recorrentes ficou negativo em R$ 323 milhões, alta de 18% ano a ano, representando 6,1% da receita líquida, ante 4,6% um ano antes, afetado por CCB (cédula de crédito bancário) e alongamento de dívidas.

A Via Varejo disse que encerrou o segundo trimestre com uma posição de caixa total de R$ 7,4 bilhões e caixa líquido ajustado de R$ 2,9 bilhões, incluindo a carteira de recebíveis não descontados e alongamento via instrumento financeiro de dívida.