Advogada aponta indícios de assassinato de João Goulart pela ditadura
Integrante da Comissão Nacional da Verdade (CNV), a advogada criminalista Rosa Cardoso disse hoje que os "indícios concludentes" de que o ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe de 1964, foi vigiado no exílio pela "Operação Condor" (uma aliança entre as ditaduras do Cone Sul nos anos 1970 para perseguir os opositores dos regimes militares da região), sugerem também que ele pode ter sido assassinado por ordem da ditadura brasileira. Rosa participou hoje de audiência pública realizada em Porto Alegre.
Cuidadosa, Rosa evitou uma afirmação mais categórica. "Nós temos que perguntar agora se já é possível que a comissão se posicione a respeito de um assassinato", disse. Mas, "como criminalista", afirmou que tem visto casos nos quais o Judiciário se pronuncia [pela condenação de criminosos] "com uma quantidade muito menor de indícios concludentes" do que os disponíveis na apuração sobre a morte de Jango, que oficialmente teria sido vítima de ataque cardíaco em 1976.
Conforme a advogada, os indícios incluem os fatos narrados na representação da família Goulart, que por intermédio do Instituto Presidente João Goulart motivou o início do inquérito civil público em curso no Ministério Público Federal (MPF) no Rio Grande do Sul desde 2007. Ela também mencionou o documentário "Dossiê Jango", de Paulo Henrique Fontenelle, e o depoimento do ex-agente uruguaio Mário Neira Barreto, preso no Rio Grande do Sul, que confessou ter sido "cúmplice" do assassinato do ex-presidente por envenenamento, na Argentina.
Na audiência de hoje, o neto de João Goulart, Christopher, também encaminhou a petição à CNV, reforçando o pedido e a autorização para a exumação do corpo do ex-presidente. Segundo ele, a família está convencida de que Jango foi assassinado e recebeu garantias da Secretaria Especial dos Direitos Humanos de que já há tecnologia para detectar traços do veneno mesmo décadas após a morte.
A tese é que o ex-presidente foi envenenado por um agente argentino sob ordens do ex-delegado Sérgio Fleury e com o conhecimento do ex-general Orlando Geisel. Uma cápsula com a substancia teria sido colocada entre medicamentos tomados regularmente por Jango em um hotel em Buenos Aires. Ele morreu alguns dias depois em sua fazenda em Mercedes, na província de Corrientes.
"A tendência é que venha a se fazer a exumação", admitiu a procuradora Suzete Bragagnolo, mas sem fazer projeções sobre possíveis prazos para o procedimento. De acordo com ela, antes o MPF quer recolher mais informações sobre o caso, incluindo um relatório que está sendo preparado pela Polícia Federal com a lista de substâncias que poderiam ter sido usadas no eventual envenenamento do ex-presidente e também poderiam ser detectadas pelas técnicas disponíveis atualmente. Nesta terça-feira a procuradora irá à cidade gaúcha de São Borja, onde está sepultado corpo de Jango, para ouvir o médico Odil Rubim Pereira, que foi uma das últimas pessoas a ver o corpo do ex-presidente.
Cuidadosa, Rosa evitou uma afirmação mais categórica. "Nós temos que perguntar agora se já é possível que a comissão se posicione a respeito de um assassinato", disse. Mas, "como criminalista", afirmou que tem visto casos nos quais o Judiciário se pronuncia [pela condenação de criminosos] "com uma quantidade muito menor de indícios concludentes" do que os disponíveis na apuração sobre a morte de Jango, que oficialmente teria sido vítima de ataque cardíaco em 1976.
Conforme a advogada, os indícios incluem os fatos narrados na representação da família Goulart, que por intermédio do Instituto Presidente João Goulart motivou o início do inquérito civil público em curso no Ministério Público Federal (MPF) no Rio Grande do Sul desde 2007. Ela também mencionou o documentário "Dossiê Jango", de Paulo Henrique Fontenelle, e o depoimento do ex-agente uruguaio Mário Neira Barreto, preso no Rio Grande do Sul, que confessou ter sido "cúmplice" do assassinato do ex-presidente por envenenamento, na Argentina.
Na audiência de hoje, o neto de João Goulart, Christopher, também encaminhou a petição à CNV, reforçando o pedido e a autorização para a exumação do corpo do ex-presidente. Segundo ele, a família está convencida de que Jango foi assassinado e recebeu garantias da Secretaria Especial dos Direitos Humanos de que já há tecnologia para detectar traços do veneno mesmo décadas após a morte.
A tese é que o ex-presidente foi envenenado por um agente argentino sob ordens do ex-delegado Sérgio Fleury e com o conhecimento do ex-general Orlando Geisel. Uma cápsula com a substancia teria sido colocada entre medicamentos tomados regularmente por Jango em um hotel em Buenos Aires. Ele morreu alguns dias depois em sua fazenda em Mercedes, na província de Corrientes.
"A tendência é que venha a se fazer a exumação", admitiu a procuradora Suzete Bragagnolo, mas sem fazer projeções sobre possíveis prazos para o procedimento. De acordo com ela, antes o MPF quer recolher mais informações sobre o caso, incluindo um relatório que está sendo preparado pela Polícia Federal com a lista de substâncias que poderiam ter sido usadas no eventual envenenamento do ex-presidente e também poderiam ser detectadas pelas técnicas disponíveis atualmente. Nesta terça-feira a procuradora irá à cidade gaúcha de São Borja, onde está sepultado corpo de Jango, para ouvir o médico Odil Rubim Pereira, que foi uma das últimas pessoas a ver o corpo do ex-presidente.
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