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Rabobank estima que preços de fertilizantes poderão recuar

10/03/2014 18h45

Um temporário desequilíbrio entre oferta e demanda poderá colocar mais pressão para cima sobre os preços da ureia, diz o relatório do Rabobank para o setor de fertilizantes no primeiro trimestre deste ano.

Para o fosfato, o banco de investimento holandês estima que a demanda pelo nutriente está sendo "suportada" por compras especulativas dos Estados Unidos e do Brasil, com os preços encontrando adicional suporte nas cotações do enxofre.

Entretanto, no fim deste primeiro trimestre, os preços da ureia e dos fertilizantes fosfatados podem cair para níveis vistos antes da recente alta da cotação em função da oferta que deverá exceder a demanda.

Os preços do potássio provavelmente vão ficar estáveis nos atuais patamares, com a oferta do produto já aparecendo suficiente para atender à demanda.

Sobre o Brasil, o Rabobank diz que a queda dos preços internacionais de fertilizantes no ano passado encorajaram os importadores brasileiros a aumentar as compras. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as compras internacionais de ureia, MAP (fosfato monoamônico) e MOP (cloreto de potássio, também conhecido como KCl) aumentaram 22%, 41% e 15%, respectivamente.

A demanda total por fertilizantes no país aumentou 5% em 2013, ultrapassando 31 milhões de toneladas, mas isso não foi o suficiente para enfrentar o aumento das importações, resultando em estoques maiores na cadeia de adubos no Brasil.

Uma perspectiva de queda nos preços do milho em 2014 também resultou em um ligeiro decréscimo no plantio do milho segunda safra, em torno de 10%, o que deverá impactar negativamente as taxas de aplicação de adubos durante o primeiro trimestre de 2014. Entretanto, atualmente os preços do cereal subiram diante de seca no país.

Os primeiros três meses de 2014 devem registrar o menor nível de importações de matérias-primas para fertilizantes, e estas compras podem tornar-se mais "fracas" ainda este ano. A única exceção seria o potássio diante de compras especulativas em antecipação ao aumento dos preços em 2014. Essas compras foram impulsionadas pela demanda no Hemisfério Norte e pelo controle estreito da oferta por meio da possibilidade de renovação da cooperação entre os produtores Uralkali e Belaruskali, o que poderia aumentar os estoques brasileiros do nutriente, afirma o Rabobank.