IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Bovespa sobe 1% com proximidade de eleições; dólar ronda R$ 2,48

03/10/2014 14h12

A expectativa pela eleição presidencial de domingo e os dados do mercado de trabalho americano foram os motores do mercado nesta manhã e permitiram uma recuperação das bolsas tanto no Brasil como no exterior.

Os juros futuros cedem. No câmbio, porém, o dia é de volatilidade. A cotação voltou a superar a marca de s R$ 2,50 e, no início da tarde, volta a níveis próximos à estabilidade.

Câmbio

A volatilidade continua dando o tom no mercado de câmbio brasileiro nesta sexta-feira, última sessão antes do primeiro turno das eleições. O dólar opera ao redor de R$ 2,48, depois de iniciar os negócios em alta, superar a marca de R$ 2,50 pela primeira vez em seis anos, cair e depois retomar a trajetória de alta, antes de anular os ganhos.

Profissionais falam em um fluxo mais positivo, sobretudo de exportadores aproveitando as taxas mais competitivas. Ainda assim, o mercado segue bastante suscetível a movimentações mais bruscas, em meio à expectativa com a eleição de domingo.

Ao redor de 14 horas, o dólar comercial recuava 0,46%, a R$ 2,4798. A moeda oscilou entre mínima de R$ 2,4840 e máxima de R$ 2,5074 - maior patamar intradia desde dezembro de 2008. O dólar para novembro cedia 0,70%, a R$ 2,4985.

Apesar do crescimento de Aécio Neves (PSDB) nas pesquisas e de uma possível ida do tucano ao segundo turno, profissionais consultados ainda mostram ceticismo quanto a uma derrota da presidente Dilma Rousseff (PT). Para eles, a oposição só teria uma chance crível de vitória com a combinação entre um grave escândalo político e uma forte deterioração na economia que afetasse dois dos principais capitais políticos da petista: emprego e renda.

Pesquisas Datafolha e Ibope divulgadas ontem confirmaram Dilma na liderança das intenções de voto no primeiro turno, mas também reforçaram a indefinição sobre quem será seu concorrente na segunda etapa do pleito. A pesquisa do Datafolha mostrou Aécio tecnicamente empatado com Marina Silva (PSB), enquanto a do Ibope revelou nova queda na vantagem de Marina sobre o tucano, desta vez de 6 pontos percentuais para 4.

Bolsa

O Ibovespa tem um dia positivo, em linha com o exterior. O índice subia 1,79% às 13h53, para 54.466 pontos, mas chegou em alguns momentos a operar em queda, pressionado por Vale. Segundo operadores, desdobramentos eleitorais puxam as ações do "kit-eleições", mas sensíveis à troca de governo. O destaque de alta do dia está com Usiminas, que subia 5,75%.

O mercado gostou de ver que, apesar da embolada no segundo lugar da corrida presidencial entre os candidatos Aécio Neves e Marina Silva nas últimas pesquisas eleitorais, há chances de segundo turno. Pela pesquisa Ibope divulgada ontem, Dilma Rousseff tem 40% das intenções de voto, Marina Silva tem 24% e Aécio neves tem 19%. No Datafolha, Dilma tem 40%, Marina ficou com 24% e Aécio subiu para 21%.

Petrobras PN subia 6,13%, Itaú PN avançava 1,67%, Bradesco PN subia 2,22%, BB ON ganhava 2,16% e Eletrobras ON tinha valorização de 2,25%.

No topo do índice, está Usiminas. Os papéis reagem à notícia da aquisição de uma fatia de 10,4% do capital ordinário da empresa, que estava nas mãos da Previ, pela Ternium, a R$ 12 por ação. O prêmio elevado embutido na transação, de 82% em relação à cotação de fechamento de ontem, já pode dar fôlego para que o mercado faça as contas em relação ao valor real da companhia, que hoje oscila perto das mínimas históricas.

Juros

A melhora do humor externo e as apostas eleitorais definem o rumo dos juros futuros nesta sexta-feira. As taxas de longo prazo devolvem um pouco do prêmio de risco embutido na última semana, especialmente nos contratos mais longos. Mas o nível das taxas ainda é elevado, demonstrando que agentes mantêm uma dose de cautela à espera pelo resultado de domingo.

No exterior, o resultado mais forte do que o esperado para o mercado de trabalho americano - geração líquida de 248 mil vagas em setembro - abriu espaço para uma correção do juro dos títulos do Tesouro dos EUA, que vinham em queda firme nesta semana como reflexo da aversão ao risco que prevalecia entre investidores.

No Brasil, o mercado opera em compasso de espera pelo resultado da eleição de domingo. Segundo operadores, há uma parte do mercado "operando" a ideia de que o resultado da eleição não virá tão bom para a presidente. E isso favorece um alívio nos juros.

O que vai determinar o humor do mercado em relação às eleições, confirmado o segundo turno no domingo, é a vantagem que Dilma terá em relação a seu adversário.

O debate eleitoral realizado ontem pode amenizar levemente o efeito das pesquisas eleitorais também divulgadas nesta quinta-feira, mostrando um quadro indefinido a respeito do quem irá enfrentar a presidente Dilma Rousseff em um provável segundo turno.

Ao redor de 14 horas, o DI janeiro/2021 cedia a 12,06%, de 12,32% ontem. O DI janeiro/2017 era negociado a 12,13%, de 12,30%.