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Juros futuros caem com boatos sobre eleições em pregão de baixo giro

24/10/2014 18h21

Giro fraco e corte de prêmios de risco marcaram o último pregão de juros futuros na BM&F antes do segundo turno da eleição presidencial. Depois de avançarem na quinta (23) em resposta à ascensão de Dilma Rousseff (PT) à condição de favorita no pleito de domingo, as taxas dos principais contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) recuaram hoje em meio a especulações em torno da possibilidade de uma vitória do tucano Aécio Neves (PSDB).

Afora boatos e questionamentos sobre a confiabilidade das pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas ontem no início da noite, teriam dado sustentação ao corte de prêmios dois outros fatores: a expectativa de que a candidatura petista possa ser abalada por reportagem da revista "Veja" dando de que Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva supostamente sabiam dos desvios de recursos na Petrobras; o resultado da pesquisa Isto É/Sensus, que trouxe Aécio nove pontos à frente de Dilma; e a aposta de que o tucano possa conquistar votos no debate hoje à noite na "TV Globo".

Ressalte-se que a queda dos DIs veio em conjunto com o tombo do dólar e o avanço da bolsa, o que deixa patente o caráter "eleitoral" dos movimentos. Segundo um experiente operador de uma corretora local, o giro fraco revela que a maioria dos investidores preferiu não se mexer na véspera das eleições, deixando as taxas mais sensíveis a negócios isolados. "Foi um movimento muito especulativo com alguns ?players' tentando captar ganhos girando as posições", disse.

Entre os longos, DI janeiro/2021 desceu de 12,10% para 11,80%. Na parte intermediária da curva a termo, DI janeiro/2017 recuou de 12,30% para 12,11%. Entre os contratos mais curtos, DI janeiro/2016 caiu de 12,04% para 11,93%.

Reunião do Copom

Em meio à expectativa para a corrida presidencial, investidores deixaram em segundo plano o encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana que vem (dias 23 e 24).

Todos os 32 economistas ouvidos pelo Valor apostam em manutenção da taxa básica na semana que vem. Desse elenco de profissionais, 27 também veem Selic em 11% no fim deste ano, enquanto três projetam alta de 0,25 ponto percentual em dezembro, para 11,25% ao ano, em caso de reeleição; e dois trabalham com aperto monetário ainda neste ano seja quem for eleito.

Quando o horizonte se alarga, observa-se uma dispersão maior das projeções. Dos 32 economistas, 17 projetam alta da Selic em 2015 seja qual for o presidente; 9 trabalham com manutenção; 5 condicionam a alta ao resultado do pleito e 1 não tem estimativa.

Em tempo: na tabela publicada hoje na edição impressão do Valor na reportagem "Mercado vê Selic estável este mês, mas diverge sobre rumo futuro", as projeções dos economistas são para o nível da Selic no fim deste ano e de 2015, e não para 2015 e 2016.