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Advogada de Odebrecht diz que PF proibiu sua presença em depoimento

16/07/2015 15h51


Principal advogada da banca de criminalistas que conduz a defesa do empresário Marcelo Odebrecht, Dora Cavalcanti Cordani afirma em nota nesta quinta-feira que a Polícia Federal (PF) cerceou o direito de defesa do empreiteiro ao impedir que ela estivesse presente como defensora dele em depoimento na investigação sobre suspeita de tentativa de destruição de prova. A PF apura se o manuscrito que estava com Odebrecht no dia 22 de junho em que ele escreveu "destruir e-mail sonda" foi de fato uma ordem para eliminar uma evidência de crime.

Presidente da Odebrecht, Marcelo seria ouvido nesta manhã pela primeira desde que foi preso em 19 de junho por suspeita de corrupção envolvendo a Petrobras, mas o depoimento foi adiado.

Veja a íntegra do comunicado da Odebrecht:

"Em relação ao depoimento agendado para esta quinta-feira, 16/7, Dora Cavalcanti, advogada de defesa de Marcelo Odebrecht, esclarece o seguinte:

1. No horário agendado, a advogada Dora Cavalcanti compareceu para acompanhar Marcelo no seu depoimento sobre o inquérito específico que foi instaurado sobre o tema do bilhete enviado por Marcelo a seus advogados.

2. Lamentavelmente, como mais uma clara demonstração de cerceamento do direito de defesa, a advogada Dora Cavalcanti foi surpreendida pela informação da presidente do inquérito de que não poderia acompanhar o seu cliente. A alegação da delegada de que Dora foi uma das subscritoras da petição dirigida à OAB Seccional do Paraná, através da qual foi entregue o original do bilhete para proteção do sigilo entre cliente e advogado.

3. Não houve, portanto, ao contrário do que se afirmou na imprensa, qualquer recusa por parte da defesa de Marcelo para que não houvesse o depoimento. Ao contrário, a advogada insistiu para que o depoimento fosse realizado e seu cliente pudesse esclarecer este tema em definitivo. A sugestão da Delegada, que não foi aceita pela defesa, era para que Marcelo nomeasse ali na hora um outro advogado que estava presente mas não constava na procuração, o que representaria uma afronta ao direito absoluto de um investigado ser acompanhado por seus advogados devidamente constituídos, e não conforme a conveniência dos investigadores.

4. A defesa de Marcelo Odebrecht acionará, como já o fez em outras oportunidades, a Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná, bem como seu Conselho Federal, para que todas as medidas cabíveis sejam adotadas no sentido de proteger o exercício do direito de defesa e as prerrogativas de seus advogados.

5. Sobre o bilhete que é alvo do inquérito, e que foi levado ao conhecimento das autoridades pela própria defesa como claro sinal de transparência e boa fé de Marcelo e de sua defesa, importante reiterar que o entendimento da Polícia Federal sobre seu conteúdo é absolutamente equivocado. Uma simples leitura do texto completo permite concluir, facilmente, que tratam-se apenas de orientações de Marcelo a seus advogados para preparação de habeas corpus".