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Renda do trabalhador em 2015 tem a primeira queda desde 2004

28/01/2016 12h46


O rendimento médio real recebido pelo trabalhador brasileiro teve em 2015 a primeira queda desde 2004. A renda baixou 3,7% em termos reais (descontada a inflação) em relação a 2014, para uma média de R$ 2.265,09.

Apenas no mês de dezembro, o rendimento médio ficou em R$ 2.235,50, um avanço de 1,4% em relação ao mês anterior, mas uma queda de 5,8% ante dezembro de 2014, de acordo com dados de hoje da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A massa dos rendimentos médios reais habitualmente recebidos pelos brasileiros ocupados ao mês foi estimada em R$ 53,6 bilhões no ano passado. Esse valor representa uma retração de 5,3% em relação ao calculado para 2014 - a primeira retração da série histórica.

Considerando a média da massa de rendimentos recebidos apenas em dezembro, a estimativa para o mês é de R$ 52,5 bilhões, 1,6% maior que a estimada em novembro. Na comparação anual, porém, esta estimativa recuou 8,5%. Na média do ano,

Perda em todas as regiões

A pesquisa abrange as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife, Salvador e Belo Horizonte.

Belo Horizonte foi a capital que registrou a maior queda de rendimento real dos trabalhadores entre 2014 e 2015, de 4,6% no ano passado. No entanto, todas as outras cinco capitais pesquisadas também tiveram retração de rendimentos. São Paulo e Rio ficaram empatadas em segundo lugar, com recuo de 4%. Recife e Porto Alegre tiveram as menores quedas (2,8%).

O Rio de Janeiro segue como a capital com maior rendimento médio do trabalhador, com R$ 2.519,13. Em seguida, vêm São Paulo (R$ 2.357,81), Porto Alegre (R$ 2.264,19), Belo Horizonte (R$ 2.082,97), Salvador (R$ 1.676,26) e Recife (R$ 1.675,71).

Empregadores têm a maior queda de rendimento

Os empregadores e os empregados sem carteira no setor privado foram os que mais viram a sua renda encolher na comparação entre 2015 e 2014. O rendimento dos empregadores caiu 6,2% na comparação anual, enquanto o dos empregados sem carteira no setor privado recuou 5,1%.

No entanto, todos os outros setores também tiveram quedas, ainda que menores. Trabalhadores por conta própria observaram recuo de 4,1%. Nos casos de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado e militares ou funcionários públicos estatutários, as retrações foram de 3,3% e 1,8%, respectivamente.

Na comparação entre setores, também houve queda generalizada, com destaque para os trabalhadores de comércio, comércio a varejo de combustíveis e reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos, cujo rendimento caiu 5,6% entre 2015 e 2014. Outros destaques negativos ficam para a construção (recuo de 5,2%), serviços prestados às empresas (5,1%) e indústria (4,2%).

Diferença de renda entre grupos de cor e genêro segue alta

A comparação entre os rendimentos por grupos de cor e gênero revelam que as disparidades vêm diminuindo lentamente, mas permanecem altas.

Em 2015, por exemplo, as mulheres receberam em média 75,4% do rendimento dos homens. O número representa alta de 1,2 ponto percentual em relação ao ano anterior (74,2%). Em 2007, foi registrada a menor proporção (70,5%), desde que a pesquisa teve início, em 2003.

Na comparação entre 2014 e 2015, a região que registrou maior alta entre as seis pesquisadas foi a de Salvador. Na capital baiana, a proporção de rendimentos das mulheres em relação aos homens saltou 5 pontos, de 74,3% para 79,3%. Assim, se tornou a região com menor disparidade. O Rio de Janeiro foi a única que teve queda nesse intervalo, passando de 75,6% para 74,3%. Belo horizonte permanece a mais desigual, com 71,6%.

Os números são ainda mais díspares quando é levada em conta a cor dos trabalhadores. Em média, no ano de 2015 trabalhadores de cor preta ou parda ganharam 59,2% do que os brancos receberam. No ano anterior, esse número estava em 58,1%. Em 2003, era 48,4%.

No ano passado, a diferença em Salvador aumentou 1 ponto, passando para 48% e mantendo a capital baiana como a mais desigual nesse aspecto. A segunda é o Rio de Janeiro, com 55,5%. A menos desigual é Porto Alegre, com 77,7%. A capital gaúcha, no entanto, foi a que registrou maior queda entre 2014 e 2015, com recuo de 2,5 pontos.