IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Empreender tem de ser um trabalho de recriação diária

Marco Roza

Colunista do UOL

04/06/2014 06h00

Emergi do livro de William R. Duggan, “Strategic Intuition: The Creative Spark in Human Achievement”, que traduziria como “Intuição Estratégica: os flashes criativos nas conquistas humanas” e reapresento para sua avaliação, as estratégias convencionais que geralmente adotamos.

Após a leitura, ficaram para mim algumas imagens que o autor usa para ilustrar suas teses. Uma delas compara nosso avanço como uma estrada em linha reta que faz uma curva em cotovelo à frente.

Enquanto estamos nos deslocando na parte reta da curva, antecipamos o futuro que repete, linearmente, o passado. Mas as grandes mudanças de perspectiva que nos possibilitarão um novo olhar e a recriação de nosso projeto, só serão percebidos quando “virarmos” a curva.

Erramos ao estabelecer, primeiro, uma teoria e, em seguida, investir nos procedimentos práticos para demonstrá-la. Por exemplo, aceleraríamos nossa falência se, a partir de uma visão teórica de um novo negócio, assumíssemos os riscos, os investimentos, os comprometimentos com pessoas para concretizar o negócio.

Segundo o autor do livro, que se baseia em exemplos históricos recolhidos em avanços científicos e no gerenciamento de grandes empresas, como Microsoft e Google, empreender é uma recriação permanente, diante de dificuldades que nos desafiam também diariamente.

E essa recriação só é possível a partir do envolvimento no projeto de pessoas talentosas, absolutamente dedicadas e com a mente aberta o suficiente para fazer ilações a partir dos próprios desafios e os transformar em avanços criativos.

Aprendemos também que a travessia a partir de uma margem de implantação de um novo projeto e a chegada do outro lado nunca é uma trajetória previsível. O que determinará o sucesso da travessia é a habilidade dos gestores e dos talentos envolvidos em descobrir como superar os obstáculos inerentes a quaisquer empresas vivas, dinâmicas e vinculadas a uma cadeia produtiva e a um nicho de mercado.

Portanto, se você já se lançou a um novo empreendimento talvez seja o momento de aprender a analisar com um novo olhar as dificuldades que enfrenta. Tente arrancar delas lições e insistir em analisá-las como uma oportunidade que o próprio mercado lhe oferece.

Soa meio místico, mas intuição estratégica também é algo mágico, que William R. Duggan, autor do livro, me fez crer e dividir com você.