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Agroindústria cai 0,2% em 2013, mas setor de agrotóxicos cresce 3,9%

Do UOL, em São Paulo

07/02/2014 11h16

A produção agroindustrial brasileira teve uma variação negativa de 0,2% em 2013, puxada por uma queda de 2,4% no processamento industrial da produção agrícola. Já os setores de artigos utilizados na produção agrícola tiveram crescimento. O de agrotóxicos, por exemplo, teve aumento de 3,9%.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (7) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Para o economista da instituição Fernando Abritta, o bom momento da agricultura, que teve safra recorde em 2013, explica o maior uso de agrotóxicos. Como os agricultores estão com mais dinheiro no bolso, protegem mais as lavouras para evitar perdas, diz.

Ele explica que, apesar da safra recorde, "houve um recuo no que foi processado pela indústria nos setores de soja, fumo e laranja". Um exemplo disso é o setor de produtos processados da soja, que, apesar da safra 11,7% maior, teve queda de 8,5%.

Para o economista, a queda nas exportações de soja processada explica o resultado.  Já trigo, milho e arroz tiveram aumento no processamento.

Itens utilizados pelo setor agrícola na produção tiveram impacto positivo. Além do segmento de agrotóxicos, o mercado de máquinas agrícolas teve aumento de 16,1%, enquanto que o de fertilizantes cresceu 0,2%.

De acordo com a Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), a venda de máquinas agrícolas foi recorde em 2013, puxada pelo mercado interno.

Abritta cita a mecanização da colheita de cana-de-açúcar no Sul e no Estado de São Paulo. Neste, um acordo entre governos e agricultores prevê o fim da colheita manual da cana até 2017.

Outro setor que teve aumento foi o que o IBGE classifica de desdobramento de madeira, ou seja, as serrarias, que cresceu 10,8%.

No setor de carne, os resultados variaram conforme a categoria animal. Enquanto o segmento de derivados de aves teve aumento de 11%, os de carne bovina e suína tiveram queda de 5,7%.

De acordo com Abritta, isso pode significar que está havendo uma substituição da carne bovina pela de frango, que é mais barata. O embargo sofrida pela Ucrânia, que é um dos maiores compradores de carne suína brasileira, também ajuda a explicar os dados, diz o economista.