Como lidar com homossexualidade no trabalho? Tirando a hipocrisia do armário
O homossexual (masculino ou feminino) sempre se fez presente no mundo corporativo. Embora sofrendo por terem de adotar disfarces para sua homossexualidade, muitos ainda fingem ser heterossexuais para melhor sobreviver na empresa.
Pelas empresas por onde passo, a maioria se pauta pela competência comprovada para contratar, e não pela sexualidade, mas entendo que ainda convivemos com o atraso e que há muito o que se discutir sobre esse assunto.
As estatísticas, em geral, por um motivo ou outro, não abordam a questão da homossexualidade. Infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade do faz de conta. Espaço no mundo corporativo os homossexuais sempre tiveram. Não aumentou o número de gays, apenas aparecem mais agora, à medida que a sociedade os vai aceitando.
Uma diretora de Recursos Humanos de uma empresa da área de saúde me consultou sobre a seguinte situação: ao comprar uniforme para todos os colaboradores, uma mulher veio até ela e pediu para trocar seu uniforme para o modelo masculino. Essa colaboradora não se sentia à vontade em usar uniforme modelo feminino.
Eu recomendei que fizesse a troca do uniforme; porém, confesso que fiquei na dúvida sobre qual seria o procedimento em relação ao uso do banheiro coletivo.
Se fosse na minha empresa, cada um que passa por aqui é livre para usar o banheiro que quiser. Porém, essa questão não é tão simples assim em outras organizações.
O assunto é polêmico e gosto de provocar o debate, sempre com o intuito de crescimento e expansão. Situações como esta são excelentes oportunidades para não retrocedermos.
É fato que nem todo gay se sente à vontade para "sair do armário" na empresa. É uma decisão pessoal e ninguém tem nada a ver com isso. Porém, é preciso sensibilizar e educar para o respeito aos direitos LGBT.
A revista "Exame" soltou um edição há algum tempo com uma capa intitulada "Chefe, sou gay". A reportagem de várias páginas trazia o relato de executivos em cargos de destaque falando abertamente, em seus respectivos empregos, sobre sua escolha afetiva por parceiros do mesmo sexo.
Muitos homossexuais comentam que ainda se sentem em posição desconfortável. Uma simples conversa sobre o que aconteceu no fim de semana ou a participação em eventos sociais com os colegas de trabalho tornam-se um problema.
Para os que estão no alto escalão da empresa não é diferente. Às vezes, questões que seriam banais, como ir ao casamento de um funcionário ou até mesmo levar seu cônjuge no jantar de final de ano na casa do presidente da empresa, podem virar um transtorno.
Percebem o quanto temos que crescer? Minha recomendação a todos os executivos das empresas quando se deparam com dilemas sobre diversidade é a seguinte: o mercado de trabalho é de quem comprova competência e ponto final!
Em se tratando de competência e desempenho, não há diferença. Heterossexuais e homossexuais (masculino ou feminino) são todos iguais. O importante é que um gestor de pessoas, atento às diferenças, consiga que rendam o máximo, respeitando suas individualidades, de modo a tê-los produtivos e felizes no ambiente corporativo.
E você que está lendo este artigo, lembre-se disso: respeite a diversidade, qualquer que seja, incluindo sexo, raça, credo, deficiência física ou outra.
Chegaremos a um dia em que, nas empresas, o que se deve olhar é o currículo, depois se comprova a habilidade nas entrevistas e na referência sobre resultados passados da pessoa. Para esse mundo do trabalho, sexualidade é bobagem.
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