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O futuro do mercado de trabalho é grisalho! Veja como serão os novos idosos

Getty Images
Imagem: Getty Images

Daniela do Lago

09/12/2017 04h00

O número de idosos no mundo aumentará rapidamente e passará de 606 milhões, no ano 2000, para perto de 2 bilhões, em 2050. Esse aumento será mais marcante nos países pobres, onde a população idosa quase quadruplicará, passando de 374 milhões para 1,6 bilhão.

O Brasil envelhece rapidamente: de 21 milhões de idosos (11% da população), em 2010, para aproximadamente 65 milhões (30% da população), em 2050. Em 2046, para cada 100 jovens, haverá 238 idosos --hoje, são 112 idosos para cada 100 jovens.

Entre 1940 e 2015, a expectativa de vida teve aumento de mais de 30 anos, passando de 40,7 para 75,5 anos. A projeção para 2050 é chegar a 80,7 anos.

Além do envelhecimento populacional, de 2010 a 2015 tivemos uma queda no número de crianças e jovens. A população acima dos 50 anos está aumentando e a taxa de natalidade, diminuindo. Estima-se que, em 2040, aproximadamente 57% da população ativa [em idade para trabalhar] será composta por pessoas com mais de 45 anos.

Somente um quarto dos brasileiros irá parar de trabalhar totalmente na idade da aposentadoria. Os outros irão continuar trabalhando em algum nível após a idade de se aposentar.

Alguém duvida que o futuro do mercado de trabalho pertence aos profissionais mais velhos?

Nosso desafio é desestimular a saída precoce deles do mercado de trabalho e, claro, mudar o estigma de um idoso já desvinculado social, cultural e economicamente, que carrega o rótulo e a etiquetagem da inflexibilidade perante às mudanças, da improdutividade laboral e da falta de conhecimento tecnológico.

É preciso mudar essa cultura assistencialista da aposentadoria por idade. Aquela figura do idoso como um velhinho que precisa de cuidados já passou. Hoje, 70% dos brasileiros querem se manter ativos após a aposentadoria. Estamos mais saudáveis e continuamos produtivos, e o país precisa disso!

Mesmo com as pequenas alterações trabalhistas que entraram em vigor em novembro de 2017, a problemática de idade na empresa ainda não foi abordada. Você já deve ter visto o grande desafio que profissionais acima dos 47 anos de idade enfrentam para serem recolocados e contratados por qualquer empresa no Brasil!

Muitas empresas querem contratar serviços dos profissionais seniores, os idosos querem e precisam trabalhar. Para que essa combinação dê certo, é preciso seguir ampliando as mudanças nas leis trabalhistas, pois, nesse cenário, acredito que os empregados mais velhos provavelmente desejariam ser produtivos por mais tempo. 

Se essa previsão se concretizar, algumas práticas terão de ser revisadas no setor privado, tais como locais de trabalho mais favoráveis e com uma série de adaptações para os idosos, cargos e horários flexíveis e oportunidades de retreinamento.

Por tudo isso, provavelmente no futuro teremos uma nova visão sobre a velhice. A ideia de envelhecimento deixará de ser associada ao acréscimo de anos à vida e passará a significar mais vida aos anos.

Já passou da hora de termos um novo entendimento sobre o assunto e enxergar as oportunidades de negócios criadas pelo aumento da população mais velha, com suas necessidades e interesses específicos, algo que poucas empresas já perceberam.

O futuro, sem dúvida, será dos cabelos brancos. Mas se a imagem que lhe veio à mente foi de asilos, consultórios médicos e hospitais, quebre esse paradigma. Ver idosos por uma ótica discriminatória, de declínio, só consolida estereótipos.

Convido você a traçar um quadro realista dos "novos" idosos. Observe e valorize sua sabedoria, experiência, autoridade moral e liderança. Ao focarmos nessa perspectiva, eles se tornarão mais valiosos no mercado de trabalho.

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