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Carla Araújo

Bolsonaro fez visita a general Villas Bôas para pedir seu apoio

 O presidente da República, Jair Bolsonaro, cumprimenta o general Eduardo Villas Bôas  - DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente da República, Jair Bolsonaro, cumprimenta o general Eduardo Villas Bôas Imagem: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Do Uol, em Brasília

31/03/2020 10h43

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Enquanto convive com rusgas nas relações com seus ministros mais atuantes no combate ao coronavírus e em guerra pública com alguns governadores por conta de divergências sobre a necessidade de quarentena e fechamento de comércios, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou a manhã de segunda-feira para, fora da agenda, fazer uma visita ao ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas.

O ex-comandante possui um cargo de assessoramento especial no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), mas não está despachando no Palácio do Planalto. Villas Bôas possui uma enfermidade degenerativa e tem um estado de saúde bastante delicado.

Oficiais da reserva e da ativa que convivem com o ex-comandante salientam que Villas Bôas decidiu após a conversa com Bolsonaro tentar apaziguar os ânimos e por isso fez uma publicação no Twittter em que alertou para a situação "muito grave" e condenou "ações extremadas" que podem "acarretar consequência imprevisíveis".

Segundo um general da reserva que convive bastante com Villas Bôas, a mensagem não foi para exaltar o presidente e sim fazer críticas "a todos que estão se digladiando por objetivos que fogem ao interesse nacional", disse. "Ele pouco falou do presidente, falou mais do Brasil", completou.

Apesar dessa avaliação, na mensagem Villas Bôas disse que "pode-se discordar do presidente, mas sua postura revela coragem e perseverança nas próprias convicções". Para militares de diversas patentes, o presidente se mostra coerente, mas erra na forma de transmitir algumas mensagens e seu perfil impulsivo prejudica o arrefecimento da crise.

Outro oficial da ativa, que tem acompanhado de perto a crise gerada pela Covid-19, disse que Villas Bôas "como bom líder, mostrou o que o Bolsonaro deveria ter feito desde o início".

"A questão do isolamento não é contra a desordem social. E vice-versa. As duas podem e devem se completar em momentos e lugares diferentes", disse um general. "A atualização do cenário vai dizer. Não é um contra o outro. Não é um ou outro. Isso que o Villas Bôas quis passar e que Bolsonaro tem dificuldade", completou.