Articulador do governo, Ramos tira férias para se despedir do Exército
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Em meio a tentativa de o Congresso retomar uma agenda pós pandemia e a polêmica envolvendo um dossiê produzido no Ministério da Justiça, o ministro Luiz Eduardo Ramos, teve que se afastar da articulação política do governo e tirou férias de uma semana, até o dia 14 de agosto.
O afastamento é justificado pelo rito tradicional das Forças Armadas para a aposentadoria da farda. Isso porque o ministro teve que antecipar a aposentadoria diante do mal-estar na cúpula do Exército e em membros do governo por ainda ser militar da ativa em cargo político.
General quatro estrelas, nesta segunda-feira, o ministro cumpriu uma agenda de compromissos na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ), onde recebeu homenagens. Na quinta-feira, Ramos participará de atividade festiva na Brigada de paraquedistas, no Rio de Janeiro.
É praxe que ao passar para a reserva, os oficiais-generais façam um percurso pelas Unidades nas quais eles mais se identificaram durante a carreira no Exército. Ramos também terá uma agenda no Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, onde ele estava até ocupar o cargo de ministro de governo de Jair Bolsonaro.
Na semana passada, Ramos recebeu jantar alto comando em Brasília, como é tradição na despedida de membros do Alto Comando. Além de Ramos, mais dois generais deixaram o grupo.
Negociações com o Parlamento
Durante a semana de férias, a Segov ficará sob responsabilidade do secretário-executivo da pasta, Jônathas Assunção Salvador Nery de Castro.
À coluna, o ministro disse que seu afastamento foi autorizado pelo presidente Jair Bolsonaro e que sua equipe continuará o trabalho de articulação. "Eu não fui para Cancún, não estou passeando, estou tirando cinco dias de férias, para me despedir do Exército".
Ramos disse ainda que a pauta da semana está "relativamente tranquila" e que os vetos importante do governo devem ser analisado pelos parlamentares só no dia 18 de agosto.
No sábado, o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, decretou no último sábado luto oficial de quatro dias pela marca de 100 mil brasileiros mortos por coronavírus.
Apesar das votações estarem adiadas, nesta segunda-feira outra polêmica vinda do Congresso incomodou assessores palacianos: a informação de que o deputado estadual Douglas Garcia (PTB), um dos principais aliados da família Bolsonaro em São Paulo, disse à Justiça que Eduardo Bolsonaro entregou a cópia de um dossiê com militantes antifascistas para a Embaixada dos Estados Unidos
O documento é diferente do relatório do Ministério da Justiça, revelado pelo UOL, que listou 579 servidores e professores a favor do antifascismo.
O assunto tem incomodado o governo que tem evitado tratar o tema em público. Ministros e auxiliares do presidente ouvidos pela coluna disseram não ter conhecimento sobre esse documento. Mas já há quem admita que ele pode manter o desgaste que coloca o governo - e seus aliados - sob suspeita de práticas irregulares de investigação.
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