Todos a Bordo

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Reportagem

Despacho gratuito de bagagem volta a ser polêmica. Quanto custa hoje?

O debate sobre o veto à gratuidade compulsória no despacho de bagagens em aviões no Brasil voltou à tona recentemente. Segundo reportagem do UOL, o governo e parlamentares do centrão se opõem quanto à manutenção da cobrança nos moldes atuais.

Embora o retorno ao despacho gratuito tenha sido aprovado no Congresso, o então presidente Jair Bolsonaro vetou a medida. Hoje, o presidente Lula tende a manter o veto, mas um grupo de parlamentares está incomodado com isso, alegando o alto preço das passagens e queixas de consumidores.

Quanto custa despachar hoje?

Preços variam de acordo com cada empresa. Conforme as normas da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), cada passageiro tem direito de levar com ele uma bagagem de mão com até 10 kg de maneira gratuita ainda.

Veja quanto custa despachar a primeira bagagem padrão de até 23 kg nas principais empresas do Brasil:

Voos domésticos

AZUL

  • Antecipado: R$ 110, por meio dos canais digitais e com mais de duas horas de antecedência para a partida do voo.
  • No aeroporto: R$ 150
  • Bagagem fora de padrão: Taxa extra de R$ 250 por volume por excesso de peso (até o limite de 45 kg) ou que exceda as medidas máximas de 158 cm (soma de altura, largura e comprimento).

Mais informações, aqui.

GOL

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  • Antecipado: A partir de R$ 110
  • Menos de 48 horas para o voo: R$ 145
  • Excesso de bagagem: R$ 35 por kg

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LATAM

  • Despacho: R$ 110 (até 48 horas antes do voo), R$ 130 (entre 48 horas e seis horas antes do voo) e R$ 160 (entre seis horas e uma hora antes do voo).
  • Excesso de bagagem: R$ 175 (entre 23 kg e 32 kg), R$ 350 (de 32 kg até 45 kg) ou R$ 175 em caso de dimensões fora do limite (entre 158 cm e 300 cm lineares quando somadas altura, largura e comprimento). Ainda pode haver uma cobrança de R$ 160 referente a bagagem de mão extra, excesso de peso ou acima das dimensões padronizadas.

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PASSAREDO

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  • Antecipado: R$ 90
  • No aeroporto: R$ 100

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Voos internacionais

AZUL

  • Antecipado: US$ 50 (Voos para os Estados Unidos), 50 Euros (voos para a Europa) ou US$ 40 (voos na América do Sul) nos canais digitais da empresa e com mais de duas horas de antecedência para o voo.
  • No aeroporto: US$ 100 (Voos para os Estados Unidos), 100 Euros (voos para a Europa) ou US$ 60 (voos na América do Sul).
  • Bagagem fora de padrão: Taxa extra de R$ 250 por volume por excesso de peso (até o limite de 45 kg) ou que exceda as medidas máximas de 158 cm (soma de altura, largura e comprimento)

Os valores serão convertidos conforme a cotação do dólar do dia da realização da transação, segundo a empresa.

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GOL

  • Antecipado: R$ 200 (voos para a América do Sul) e R$ 250 (Voos para os EUA e Punta Cana, na República Dominicana).
  • Menos de 48 horas para o voo: R$ 260 (voos para a América do Sul) e R$ 420 (Voos para os EUA e Punta Cana, na República Dominicana).
  • Excesso de bagagem: R$ 50 por kg

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LATAM

Os valores dependem do destino e origem do voo:

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  • Entre países da América do Sul: US$ 50 (até 48 horas antes do voo), US$ 60 (entre 48 horas e seis horas antes do voo) ou US$ 65 (entre seis horas e uma hora antes do voo).
  • Entre América do Sul e América Central ou Caribe: US$ 50 (até 48 horas antes do voo) ou US$ 65 (menos de 48 horas antes do voo).
  • Entre América do Sul e Oceania: US$ 70 (até 48 horas antes do voo), US$ 90 (entre 48 horas e seis horas antes do voo) ou US$ 120 (entre seis horas e uma hora antes do voo).
  • Outros voos internacionais: US$ 70 (até 48 horas antes do voo), US$ 90 (entre 48 horas e seis horas antes do voo) ou US$ 120 (entre seis horas e uma hora antes do voo).

Excesso de bagagem

  • Entre países da América do Sul: US$ 100 (entre 23 kg e 32 kg), US$ 200 (de 32 kg até 45 kg), US$ 65 em caso de dimensões fora do limite, ou US$ 70 referente a bagagem de mão com excesso de peso, acima das dimensões padronizadas ou por volume extra.
  • Entre América do Sul e América Central ou Caribe: US$ 75 (entre 23 kg e 32 kg), US$ 150 (de 32 kg até 45 kg), US$ 125 em caso de dimensões fora do limite, ou US$ 70 referente a bagagem de mão com excesso de peso, acima das dimensões padronizadas ou por volume extra.
  • Outros voos internacionais: US$ 100 (entre 23 kg e 32 kg), US$ 200 (de 32 kg até 45 kg), US$ 125 em caso de dimensões fora do limite, ou US$ 70 referente a bagagem de mão com excesso de peso, acima das dimensões padronizadas ou por volume extra.

A empresa ainda oferece um valor mais baixo para bagagens de até 15kg, com valores a partir de US$ 45.

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É preciso conferir na hora da compra

Os preços podem oscilar. Caso o cliente faça parte de programa de milhagem, por exemplo, o despacho pode ser gratuito em alguns casos. Em caso de mais de uma bagagem despachada, os valores aumentam progressivamente na maioria das empresas.

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Valor cobrado também depende da quantidade de malas. Os valores acima se referem apenas ao despacho da primeira bagagem de até 23 kg. Em alguns casos, a terceira mala despachada pode custar R$ 750 para o viajante.

Também é possível que alguns itens sejam enviados gratuitamente, como cadeirinhas de bebê, dependendo da empresa e do voo a ser realizado. Em outras situações, pode existir desconto caso sejam levados itens ou equipamentos médicos indispensáveis Sempre confira as condições nos sites da empresa e no momento da compra da passagem.

Gratuidade afasta low costs

Mais do que a venda de bilhetes, empresas lucram com diversas outras entradas de dinheiro em seus caixas. Chamadas de receitas auxiliares, elas incluem a cobrança pelo despacho de bagagens, marcação de assentos, check-in, emissão de bilhetes, entre outras.

Em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, 21,5% do faturamento das aéreas brasileiras era originado com essas receitas. Naquele período, embora tenha representado apenas cerca de 3% do faturamento, as maiores companhias nacionais tiveram uma receita de R$ 520 milhões com a cobrança do despacho de malas.

E as empresas precisam disso para ter bom desempenho financeiro. Historicamente, as aéreas têm margens de lucro apertadas, e a cobrança de itens extras garante que seus caixas não sofram tanto com a sazonalidade e variações em itens que compõem seus preços, como o valor cobrado pelos combustíveis.

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No Brasil, em cinco anos, empresas faturaram cerca de R$ 3 bilhões com despacho de bagagem. Valor é referente ao período de 2017, quando foi aprovado o fim da gratuidade dessa modalidade de envio, até o terceiro trimestre de 2021, segundo reportagem da coluna em 2022.

Valor não foi suficiente para cobrir rombo. Em nota à época, a Abear (Associação Brasileira de Empresas Aéreas) apontou que, de 2016 até o terceiro trimestre de 2021, o prejuízo acumulado das companhias aéreas brasileiras foi de R$ 37,4 bilhões. Ao mesmo tempo, continua a associação, houve um aumento na cotação do dólar e no preço dos combustíveis, e que medidas como a cobrança de bagagens não foram suficientes para evitar as perdas bilionárias do setor.

Tendência é mundial. Ainda em 2020, nos Estados Unidos, empresas como Spirit e Allegiant obtiveram cerca de 47% e 46,5% de suas vendas compostas por receitas auxiliares, respectivamente, mostrando que as aéreas tendem a se aproximar cada vez mais desse modelo de negócio.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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