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Avião da Azul decola nos metros finais da pista de Congonhas; qual o risco?

Um vídeo de um avião decolando do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, ganhou repercussão devido à maneira como o procedimento foi feito. Nele, um avião Embraer E195-E1 da Azul faz uma corrida mais longa do que o habitual, utilizando quase toda a pista antes de sair do chão.

O voo em questão era o AD2610 (Congonhas - Santos Dumont), ocorrido na segunda-feira (27). A cena foi flagrada pelo canal do YouTube Golf Oscar Romeo.

Nas redes sociais, alguns perfis divulgaram as imagens como se fosse uma operação perigosa, ou como se o avião estivesse correndo risco de sair da pista. Em outros perfis, o humor foi usado para relatar o que ocorreu. "Troca de cueca garantida", escreveu um internauta.

Veja como foi:

É perigoso?

De acordo com o piloto Marcelo Ceriotti, vice-presidente regional da Ifalpa (Federação Internacional de Associações de Pilotos de Linha Aérea), esse tipo de decolagem não ocorre com tanta frequência, mas não oferece risco algum. A decisão do piloto por continuar um pouco mais na pista pode acontecer por diversos fatores.

O avião tem de ter atingido certa velocidade, chamada de V1, após percorrer determinado trecho da pista, para que o piloto prossiga com o procedimento de decolagem. Isso é calculado para cada voo e pode variar de acordo com o peso do avião, condições atmosféricas e as condições da pista naquele momento.

Caso o avião atinja essa velocidade, poderá decolar sem problemas, mesmo que um dos motores falhe. Ceriotti diz que as empresas monitoram constantemente os parâmetros dos aviões, que ficam gravados, e eles podem ser utilizados para verificar se houve algum problema naquele momento.

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Em algumas situações, afirma o piloto, o comandante pode postergar a saída do avião do chão para tentar desviar de algum obstáculo, como pássaros, por exemplo. Outra condição que também pode fazer com que a decolagem demore mais é a presença de um fenômeno meteorológico conhecido como "windshear".

Ele consiste em uma corrente de vento vertical sobre a pista, que aumenta a resistência ao avanço do avião, exigindo maior comprimento de pista para a decolagem.

Veja o posicionamento da Azul sobre o ocorrido:

"A Azul informa que abriu uma averiguação interna para apurar o ocorrido no voo AD 2610 (Congonhas-Santos Dumont). A companhia ressalta que opera de acordo com padrões nacionais e internacionais de segurança, seu valor primordial, e que o referido voo seguiu para o destino sem qualquer intercorrência".

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