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Dólar cai 1,75% na semana, vai a R$ 1,681 e volta a bater a mínima em 2 anos

Da Redação, em São Paulo

01/10/2010 17h07Atualizada em 01/10/2010 17h07

A cotação do dólar comercial voltou a registrar o menor valor dos últimos dois anos nesta sexta-feira (1º). A moeda norte-americana fechou em queda de 0,65%, a R$ 1,681 na venda.

Com isso, o dólar atingiu a menor cotação desde o dia 3 de setembro de 2008, quando fechou a R$ 1,678, antes do início crise financeira global. Na semana, a moeda teve queda de 1,75%. No ano, a desvalorização é de 3,56%.

A Bovespa fechou em alta de 1,15%, aos 70.229,35 pontos. A valorização fez com que o Ibovespa (principal índice da Bolsa paulista) fechasse acima dos 70 mil pontos pela primeira vez desde o dia 15 de abril.

A maioria das moedas tem se fortalecido ante o dólar por causa da expectativa de que o Federal Reserve terá de adotar mais estímulos para a economia.

Dados sobre confiança, indústria e inflação divulgados nesta sessão reforçaram essa tese. Integrantes do Fed (o banco central americano), como William Dudley e Charles Evans, também sinalizaram apoio a um aumento da oferta monetária.

Já na China, o índice oficial das fábricas subiu de 51,7 para 53,8 em setembro e a medida das manufaturas feita pelo HSBC mostrou forte alta.

No Brasil, a queda do dólar tem sido facilitada pela ausência de novas medidas do governo contra a valorização do real.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, vêm indicando a possibilidade de compras de dólares pelo Fundo Soberano e mais taxação sobre o capital estrangeiro, mas por ora a política se restringe a dois leilões diários do BC no mercado.

O discurso das autoridades conseguiu sustentar o dólar acima de R$ 1,70 na maior parte de setembro, apesar do expressivo fluxo de dólares pela oferta de ações da Petrobras. Mas, com a proximidade das eleições, o mercado considerou improvável que mais medidas pudessem ser anunciadas e abriu caminho para a queda do dólar.

"Ganhamos uma sobrevida, porque pode ter segundo turno. Isso fez com que o mercado visse que, mesmo rompendo a barreira de R$ 1,70, o governo estava de mão atada", disse Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do banco Paulista, à agência de notícias Reuters.

Ao longo da semana, profissionais também atribuíram o rompimento do piso de R$ 1,70 a uma antecipação de entradas por conta de um eventual aumento da tributação sobre capital estrangeiro, além da pressão provocada pelas posições vendidas de mais de US$ 16 bilhões dos estrangeiros nos mercados futuros e de cupom cambial (DDI).

(Com informações da Reuters)