Bovespa cai 1,74% e dólar sobe a R$ 1,738 com recuo da Grécia
A Bovespa fechou no vermelho nesta terça-feira (1º), com as preocupações despertadas por um possível referendo na Grécia sobre a ajuda concedida ao país, pondo em dúvida os esforços para resolver a crise de dívida da zona do euro.
O Ibovespa, principal índice das ações na Bolsa paulista, fechou em baixa de 1,74%, aos 57.322,75 pontos. O volume financeiro da sessão foi de R$ 6,8 bilhões. No ano, a Bovespa acumula prejuízo de 17,29%.
Pela manhã, o índice chegou a recuar 3,84%, na mínima do dia, mas se recuperou seguindo a melhora de Wall Street após notícias de uma crescente oposição de parlamentares gregos ao plano do premiê do país, George Papandreou, de convocar o referendo.
Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones caiu 2,48%; o S&P 500 perdeu 2,79% e o Nasdaq registrou baixa de 2,89%.
Dólar sobe mais de 2% e vai a R$ 1,738
O dólar comercial subiu mais de 2%, fechando a R$ 1,738 para venda, com valorização de 2,05%.
A alta chegou a ser mais intensa, de 3,55%, a R$ 1,763, mas perdeu força no final da tarde após sinais de oposição ao referendo grego dentro do Parlamento.
Ações de destaque na Bovespa
No mercado interno, as ações de bancos seguiram o comportamento de seus pares na Europa e registraram fortes quedas, impactadas pelas preocupações com os possíveis efeitos de um calote da Grécia.
O Santander (SANB11) recuou 2,91%, enquanto Bradesco (BBDC4) perdeu 0,97% e o Banco do Brasil (BBAS3) caiu 0,39%.
Itaú Unibanco (ITUB4), mesmo tendo apresentado lucro acima do esperado no terceiro trimestre, caiu 1,77%, a R$ 32,13.
As blue chips também registraram perdas, com as quedas nas commodities. A preferencial da Petrobras (PETR4) caiu 0,89%, a R$ 21,13, enquanto a Vale (VALE5) recuou 0,98%, a R$ 40,40.
Principais índices internacionais despencam
As Bolsas de Valores europeias anularam boa parte dos ganhos de outubro hoje, no pior dia em mais de um mês, após a surpresa com o referendo na Grécia provocar intensas vendas em todos os setores.
A Bolsa de Frankfurt caiu 5% no fechamento, Paris perdeu 5,38%, Madri recuou 4,19%, Milão perdeu 6,80%, e Londres perdeu 2,21%, arrastadas principalmente pelo recuo dos papeis dos bancos. Na Grécia, a Bolsa registrou desvalorização de 6,92%.
As Bolsas de Valores asiáticas também fecharam em baixa após o anúncio vindo da Grécia.
Em Tóquio, o índice Nikkei encerrou em baixa de 1,70%. O índice de Seul teve leve alta de 0,03%. A Bolsa de Taiwan avançou 0,45%, enquanto o índice referencial de Xangai ganhou 0,07%. Cingapura retrocedeu 2,33% e Sydney fechou com desvalorização de 1,52%.
Mercados tremem com recuo da Grécia
O ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, disse que não tinha sido informado sobre a decisão tomada pelo primeiro-ministro grego, George Papandreou, de convocar o referendo.
A medida pode resultar em eleições antecipadas se a população, prejudicada pelas duras medidas de austeridade, rejeitar o acordo, possivelmente desencadeando um calote de dívida.
Os investidores temem que a medida grega mine os esforços da Europa para impedir o espalhamento da crise, enquanto o nervosismo do mercado põe os bônus italianos sob nova pressão.
Se referendo na Grécia fracassar, será um caos, diz chefe do Banco Mundial
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, criticou o referendo anunciado pelo premiê grego. Se a iniciativa for recusada, segundo Zoellick, será um caos.
"Se for aprovado (o acordo), poderá ser um sinal positivo para as pessoas. Se fracassar (e a iniciativa for rejeitada), será um caos", indicou.
(Com informações de Reuters e France Presse)
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