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Dólar volta a subir e fecha a R$ 5,609; Bolsa também tem alta

Mesmo com o desempenho de hoje, o dólar ainda acumula perdas de 0,66% frente ao real em novembro Imagem: Cris Fraga/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

23/11/2021 17h22Atualizada em 23/11/2021 18h19

Depois de abrir a semana em queda, o dólar voltou a registrar alta, esta de 0,27%, e fechou o dia vendido a R$ 5,609. O resultado reflete um momento de maior cautela no mercado, em meio a expectativa de aumento de juros nos Estados Unidos, além dos ruídos em torno da tramitação da PEC dos Precatórios no Congresso brasileiro.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também subiu, encerrando a sessão aos 103.653,82 pontos. A alta de 1,5% desta terça-feira (23) é suficiente para compensar as perdas de 0,89% registradas ontem.

Com o desempenho de hoje, o dólar agora acumula queda de 0,66% frente ao real em novembro, enquanto o Ibovespa registra leve alta de 0,15%. Em 2021, a situação é ainda melhor para a moeda, que já subiu 8,09%, e pior para o índice, que despencou 12,91% desde o início do ano.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Escolha de Biden para o Fed

O comportamento do dólar hoje foi apoiado pela notícia de que o presidente dos EUA, Joe Biden, nomeou Jerome Powell para um segundo mandato como presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano).

Apesar de Powell ser visto como "dovish" — isto é, mais tolerante com a inflação para manter os juros baixos —, o mercado temia que a escolha de Biden poderia ter sido ainda mais "dovish", o que diminuiria as expectativas de que o Fed vai retirar seus estímulos à economia americana em breve.

Agora, com a recondução de Powell, o mercado projeta alta nos juros já em junho de 2022. "Se os juros sobem, isso ajuda a moeda norte-americana", explicou à Reuters Mauro Morelli, estrategista-chefe da Davos Investimentos.

Precatórios ainda no radar

No Brasil, por sua vez, o foco do mercado continua sobre as discussões e negociações em torno da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios, que ainda precisa passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado antes de ser votada em plenário.

A PEC é vista por alguns participantes do mercado como a alternativa menos danosa à saúde fiscal do país em meio à pressão do governo Bolsonaro por mais gastos com benefícios sociais em 2022, ano em que o presidente deve tentar a reeleição.

Mauro Morelli, porém, discorda. "Acho que o problema fiscal brasileiro no curto prazo não está somente amarrado à PEC. Ele está na baixa confiança de agentes econômicos no comprometimento do governo com o teto fiscal", avaliou o estrategista da Davos Investimentos.

A pressão por mais gastos não vai terminar no curto prazo.
Mauro Morelli, da Davos Investimentos

Na prática, as mudanças trazidas pela PEC abrem espaço de R$ 91,6 bilhões para gastos em 2022, segundo o governo federal. Essa "folga" no Orçamento do ano que vem viabilizaria o pagamento do Auxilio Brasil, substituto do Bolsa Família. O novo programa prevê pagar R$ 400 a famílias vulneráveis até o fim de 2022 e, por isso, é considerado como "eleitoreiro" pela oposição.

(Com Reuters)

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