Dólar cai a R$ 5,594, depois de 5 altas seguidas; Bolsa também tem queda
O dólar abriu a semana em queda de 0,27%, cotado a R$ 5,594 na venda, interrompendo uma sequência de cinco altas consecutivas. O resultado minimiza parte dos ganhos acumulados pela moeda americana na semana passada, quando registrou valorização de 2,79% frente ao real e voltou à casa dos R$ 5,60.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também fechou a segunda-feira (22) em baixa, esta de 0,89%, chegando aos 102.122,37 pontos. É o menor patamar alcançado pelo indicador em mais de um ano, desde 6 de novembro de 2020, quando encerrou a sessão aos 100.925,11 pontos.
Com os resultados de hoje, o dólar agora acumula perdas de 0,93% em novembro, enquanto o Ibovespa registra queda de 1,33%. Em 2021, a situação é melhor para a moeda, que já subiu 7,8%, e ainda pior para o índice, que despencou 14,2% desde o início do ano.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Agenda da semana
Pela manhã, especialistas chamaram a atenção para a agenda da semana, que prevê divulgação de dados da inflação dos Estados Unidos e da ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano). O Bradesco explicou em relatório que este documento "poderá trazer mais detalhes sobre os planos em relação ao ritmo de redução do programa de compras de ativos [tapering]".
Entre os investidores, há a percepção de que os cortes desse estímulo pelo Fed indicarão um aumento nos juros — hoje próximos a zero — nos EUA mais cedo do que o esperado. Caso a hipótese se concretize, o dólar pode ser beneficiado no mundo todo, uma vez que isso aumentaria a rentabilidade dos títulos americanos, tornando-os mais atrativos a investidores.
Precatórios ainda no radar
No Brasil, por sua vez, o foco do mercado continua sobre a PEC dos Precatórios, segundo os economistas do Bradesco, uma vez que a proposta pode ter definição nesta semana após votação no Senado.
A PEC é vista por alguns participantes do mercado como a alternativa menos danosa à saúde fiscal do país em meio à pressão do governo Bolsonaro por mais gastos com benefícios sociais em 2022, ano em que o presidente deve tentar a reeleição.
Além de adiar o pagamento de precatórios — dívidas judiciais da União —, a PEC também muda a dinâmica do teto de gastos. O texto prevê que o limite seja determinado não mais pela inflação acumulada em 12 meses até junho do ano anterior, como é hoje, mas pela taxa apurada nos 12 meses até dezembro do ano anterior.
Na prática, as mudanças trazidas pela PEC abrem espaço de R$ 91,6 bilhões para gastos em 2022, segundo o governo federal. Essa "folga" no Orçamento do ano que vem viabilizaria o pagamento do Auxilio Brasil, substituto do Bolsa Família. O novo programa prevê pagar R$ 400 a famílias vulneráveis até o fim de 2022 e, por isso, é considerado como "eleitoreiro" pela oposição.
A proposta já passou por duas votações na Câmara. Na primeira, teve 312 votos favoráveis e 144 contrários; na segunda, o placar foi de 323 a 172. O mínimo necessário era 308.
(Com Reuters)
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