Dólar volta a subir e vai a R$ 5,25; Bolsa fica estável após 6 quedas
Do UOL, em São Paulo
18/04/2024 17h22Atualizada em 18/04/2024 17h25
O dólar subiu 0,12% e fechou o dia vendido a R$ 5,25, compensando parte da perda registrada na véspera. A moeda americana agora acumula ganhos de 4,67% frente ao real no mês.
Já o Ibovespa terminou o pregão praticamente estável, com leve alta de 0,02%, e chegou aos 124.196,18 pontos. No mês, o principal índice da B3 recuou 3,05%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.
O que aconteceu
Dados divulgados hoje não pesaram muito sobre o mercado. O número de novos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA ficou estável na semana passada, o que indica um mercado de trabalho ainda forte. Para operadores, porém, os dados não impactaram o dia porque a resiliência da economia americana e a provável necessidade de juros altos por mais tempo já foram precificadas nos últimos dias. Economistas da Genial Investimentos citaram "sinais de possível estabilização dos mercados após a turbulência no início da semana".
Situação morna entre Irã e Israel contribuiu para a estabilidade. Por ora, não há sinais claros de que haverá uma retaliação direta de Israel após os ataques do último final de semana. "No médio prazo, com a dissipação de alguns choques, como uma redução do impasse no Oriente Médio, a maior clareza da economia dos EUA e um entendimento melhor sobre a evolução das contas públicas [no Brasil], a tendência é que o dólar fique em um patamar um pouco mais baixo", explicou à Reuters Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.
Recente alta do dólar pode preocupar o Banco Central. Ontem (17), o próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que uma manutenção do cenário de incertezas pode significar uma redução do ritmo de afrouxamento monetário. Embora tenha reconhecido que a maior parte dessas incertezas vem do exterior, ele também citou riscos domésticos. O anúncio do governo de que perseguirá metas fiscais menos ousadas nos próximos anos foi mal recebido pelo mercado.
Os dados de inflação e da atividade dos EUA ainda demonstram sinais de força e, com isso, algumas casas já indicam que é possível que sequer haja corte de juros neste ano. No mercado interno, há temores de que a taxa terminal deste ciclo de queda da Selic seja maior do que a projetada até algumas semanas atrás, o que é algo ruim para os ativos de risco.
Elcio Cardozo, sócio da Matriz Capital
(Com Reuters)