Com privatização, ações da Sabesp podem subir 45%, diz banco
Depois de a Câmara dos Vereadores de São Paulo ter aprovado nesta quarta-feira (17), em primeira votação, o projeto de lei que possibilita a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp (SBSP3), um grande banco está recomendando a compra das ações.
Por que é uma boa compra?
Desde o início do ano, as ações da empresa já subiram 9,73%, segundo a Investing.com. No mesmo período, o Ibovespa caiu 7% até o fechamento de ontem, 17. Mesmo assim, ainda há margem para ganhos, diz o Itaú BBA.
"Recomendamos aos investidores que comprem a Sabesp, pois a avaliação atual é muito atrativa". Foi o que publicou nesta quinta (18) o banco, em relatório para o mercado.
Para o Itaú, o preço das ações ainda pode aumentar significativamente. O preço alvo do banco para a ação é de R$ 120,3. Nesta quinta-feira (18), a ação estava sendo negociada, por volta do meio-dia, em alta de 1,50%, para R$ 82,66. Em relação a esse valor, o preço alvo do Itaú representa um ganho de 45%.
Outro grande banco, o Citi, também recomenda a compra. O preço alvo é de R$ 97.
A Genial também recomenda o ativo. "Seguimos confiantes no processo de privatização e entendemos que existe potencial relevante em caso de materialização do evento", publicou a casa de análise, que não tem preço alvo atualizado para o papel.
Alta das ações pode afetar privatização?
Um receio era o de que a valorização no mercado iria comprometer a entrada do investidor estratégico, que poderia deixar de participar do leilão. O aumento de preço da companhia na Bolsa tiraria o interesse pela privatização.
Mas, nesta quarta-feira, o governo revelou que vai fazer uma espécie de concurso. A oferta de ações será dividida em duas etapas. Na primeira, serão escolhidas as duas melhores propostas. Na segunda, os dois proponentes irão apresentar as informações ao mercado. O vencedor será aquele que tiver o maior valor total entre as intenções de investimento.
No entanto, o valor pode ser menor que o da ação no mercado. Ou seja: o preço da oferta na privatização será o lance do investidor estratégico vencedor. E esse valor pode ficar abaixo do preço das ações da Sabesp no momento da precificação dos negócios.
Com essa estrutura de negócio, o preço das ações pode aumentar significativamente sem comprometer a entrada do investidor estratégico.
Marcelo Sá, estrategista-chefe de ações do Itaú BBA, em documento para investidores sobre a Sabesp
Quando vai ser a privatização?
Ainda não há data marcada para o leilão. O governo de São Paulo é o acionista majoritário, com 50,3% do controle da empresa. O restante é negociado na Bolsa de Valores B3 e na Bolsa de Valores de Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Com a privatização, a participação do governo cairá para pelo menos 18% e um máximo de 30%. Quem vencer o leilão de privatização - o investidor estratégico - terá 15% de participação.
O valor da privatização pode ficar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões. Essa é uma estimativa dos analistas de mercado.
Deixe seu comentário