Fritou hambúrguer no McDonald's; hoje é dono de techfin e fatura milhões

Quando entrou como trainee no departamento de TI do McDonald's, em São Paulo, Celso Sato, 54, nem imaginava que, para entender a rotina da empresa, teve que fritar hambúrguer e lavar banheiro. Depois, ele trabalhou em banco e empresas de tecnologia. Hoje, ele é CEO e um dos donos da techfin Accesstage, empresa especializada em gestão financeira que faturou R$ 80 milhões em 2022.

Primeiro emprego foi no McDonald's

Celso Sato teve uma infância simples em Guaraçaí (SP). Seu pai, Katsuo Sato (falecido), era sapateiro, e sua mãe, Rosa Ayako Sato, dona de casa; ambos, filhos de imigrantes japoneses.

Em 1986, ele veio fazer cursinho em São Paulo. Morava com a avó materna, Mei Fujita, no bairro Itaim Paulista, na zona leste da cidade. "Este foi o período dedicado aos estudos, pois meus pais só tinham condições financeiras para pagar um ano de cursinho", afirma.

Passou em três vestibulares. Escolheu cursar ciências da computação, na USP, em São Carlos (SP). Ingressou na turma de 1987 e formou-se em 1990.

Após a conclusão da faculdade, conseguiu uma vaga de trainee no McDonald's. O cargo era para o departamento de TI, em São Paulo, mas ele passou por outras funções: atendeu clientes, carregou caixas, fritou hambúrguer e até limpou banheiros. "Na época, você não entrava diretamente no seu departamento. Nos primeiros meses, você fazia um treinamento para conhecer toda dinâmica da empresa", afirmou. Sato saiu do McDonald's em 1993 como analista de sistema.

Trabalhou em banco e foi dono de locadora de vídeos

De 1993 a 1994, ele trabalhou no Banco de Boston, como analista de sistema sênior. "Foi ali que me interessei pelo setor financeiro", diz.

Saiu do banco para trabalhar na Interchange, empresa que desenvolvia soluções de tecnologia para o setor financeiro. Ele entrou como gerente na área de produtos e chegou à gerência da área comercial, três anos depois. Saiu da empresa em 1999.

Em paralelo ao emprego, decidiu empreender: abriu uma locadora de vídeos. Vendeu o seu Gol para investir no negócio (o outro sócio vendeu um carro da marca Tempra). Juntos, investiram cerca de R$ 100 mil no negócio. A locadora funcionou por dois anos na Avenida Paulista.

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Em 1999, entrou na Maxlog, uma startup na área de logística, como diretor de vendas. Em poucos meses, virou sócio, ao comprar ações da companhia.

Os sócios encerraram a operação da Maxlog depois de um ano e meio, antes de a empresa chegar à falência. Sato foi o último a sair do negócio. Antes de fechar a empresa, ele ficou responsável por buscar investidores. A Maxlog foi fechada em 2001.

A diretoria da Mitsubishi queria investir em uma empresa brasileira de tecnologia, uma startup, e foi dada a oportunidade para que alguns dos profissionais que faziam parte da equipe encabeçassem essa ideia.

Celso Sato, CEO e presidente da Accesstage

Como virou dono da Accesstage

Ao tentar negociar a venda da Maxlog para a Mitsubishi, Sato conheceu os futuros sócios. Foi contratado para o cargo de diretor comercial da nova empresa 15 dias depois. Ele tinha 32 anos.

A Accesstage nasceu como subsidiária da Mitsubishi em 2001. Segundo Sato, o investimento inicial veio da Mitsubishi e da Intec. A empresa é uma empresa de tecnologia especializada em pagamentos e gestão financeira para o mercado B2B.

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Em 2004, adquiriu fatia da empresa. Sato e o sócio Fernando Takano, que ainda eram funcionários, decidiram levantar o capital necessário para comprar a parte da Intec. Para isso, eles venderam apartamentos e carros e recorreram a empréstimos no valor de R$ 500 mil. No total, pagaram R$ 3 milhões na época e passaram a ter 40% do negócio.

Em 2007, foi a vez de a Mitsubishi decidiu se retirar da operação. Novamente, Sato e Takano recorreram a empréstimos. A compra foi negociada em cinco anos. O valor da operação foi de US$ 3 milhões (cerca de R$ 14,8 milhões). A saída oficial da Mitsubishi na parceria ocorreu em 2013.

A Accesstage se tornou uma empresa 100% nacional. O faturamento no ano passado foi de R$ 80 milhões. O lucro foi de R$ 6,5 milhões.

Sato é CEO e presidente da Accesstage desde 2010 e cerca de 200 funcionários. O outro sócio, Fernando Takano, ocupa as posições de vice-presidente e CFO.

Hoje, a Accesstage é a principal empresa do Grupo Accesstage. As outras empresas são a Negocie Online (fintech com uma plataforma de autosserviço digital que permite migrar o cliente para o canal digital de forma orquestrada, trazendo uma redução de até 40% nas interações humanas), Movats Business (empresa de soluções para processos financeiros), a IN10 (empresa com expertise em análise de dados e business intelligence) e a Kaspper Innovation (fábrica de softwares sob medida).

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