Foi fotógrafo, vendeu batata e hoje fatura R$ 24 mi com marketing digital

Jonatas Abbott, 56, teve um estúdio de fotografia e de produção de vídeo em Porto Alegre (RS), mas, após a morte do pai, desistiu do negócio. "A doença consumiu a família e nossos recursos", diz. Ele passou a vender batatas e, depois, migrou para o ramo da informática. Hoje, é um dos sócios da Dinamize, empresa com foco em automação de marketing e email marketing, que faturou R$ 24 milhões em 2023.

Confira a trajetória dele

Abbott nasceu em Porto Alegre (RS) em uma família de classe média alta. Seu pai, Antônio Carlos, era diretor nacional do Banco do Brasil, e sua mãe, Maria Helena, dona de casa. O casal teve quatro filhos; outros dois filhos são do primeiro casamento do pai. "Tive uma infância e adolescência muito confortáveis", diz.

Ele chegou a vender batata, após a morte do pai. Em 1990, com outros sócios, montou a Troupe Produções, um estúdio de fotografia e de produção de vídeo. Com a morte do pai em 1991, e já sem recursos, o negócio foi fechado. Revoltado com a perda e se sentindo frustrado, Abbott aceitou vender a produção de batatas de um amigo. Ele pegava as batatas em Santa Maria do Herval (RS) e as vendia em bares e mercados de Porto Alegre. "Era tudo que um jovem revoltado e quebrado queria", afirma.

Vender commodity como a batata foi uma escola. Me fez perder medo e preconceito de me tornar um vendedor.
Jonatas Abbott, CEO da Dinamize

Em 1992, Abbott virou vendedor de computadores e impressoras. Era o início da informática no Brasil. "Vivi intensamente a informatização de famílias e empresas e a verdadeira explosão das feiras de computadores no Brasil entre 1995 e 2000." Em 1996, ele assumiu a área comercial da Voyager, um provedor regional de internet. De 1999 até 2005, ele trabalhou em outras empresas da área.

Como ele se tornou sócio da Dinamize

Abbott conciliava trabalho em duas empresas, em 2005. Enquanto trabalhava como diretor estratégico de negócios na Telium Networks, em São Paulo, entrou como sócio na Dinamize, em Porto Alegre. Ele só se dedicou com exclusividade à empresa um ano depois. Abbott e o amigo Allan Luz compraram, juntos, 66% da Dinamize, que havia sido criada em 2000. Allan investiu R$ 100 mil ao longo do ano, e Abbott entrou com toda sua expertise na área e uma carteira robusta de clientes.

A Dinamize cresceu após a entrada de dois novos sócios. Em 2005, a Dinamize tinha apenas um funcionário, 23 clientes e faturava R$ 16 mil por mês. Hoje, são 60 funcionários, cerca de 12 mil clientes e faturamento mensal na casa dos R$ 2 milhões. Segundo Abbott, a Dinamize vale hoje entre R$ 80 milhões e R$ 120 milhões. Nunca houve entrada de novos sócios ou investidores.

Quando entramos de sócios, mudamos a empresa toda. A Dinamize era uma agência digital que fazia projetos e softwares. A estratégia que desenhamos focou 100% em email marketing.
Jonatas Abbott, CEO da Dinamize

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Com suas plataformas, a Dinamize auxilia empresas que buscam gerar mais vendas e otimizar sua comunicação com o público. Por exemplo: se o consumidor abandona um carrinho de e-commerce, o software imediatamente dispara um e-mail com os produtos abandonados ou similares, ou para lembrar que a compra não foi concluída. "A nossa plataforma não atua apenas no e-commerce, mas também em todos os segmentos e em empresas de todos os portes", diz. O número de email marketing disparado é na casa de centenas de milhões por mês. O número exato não pode ser divulgado por estratégia da empresa.

Empresa mantém operação fora do país. A sede da Dinamize fica em Porto Alegre, mas o maior escritório comercial fica em São Paulo, o principal mercado da empresa. A Dinamize opera também no Rio, Curitiba (PR), Joinville (SC) e Ribeirão Preto (SP). No exterior, a empresa mantém operações em Lisboa (Portugal) e Toronto (Canadá).

Dinamize tem mais de 12 mil clientes no portfólio. Segundo Abbott, entre os clientes da Dinamize estão empresas como Tigre, Beto Carrero, Whirlpool (dona das marcas Brastemp e Cônsul), Cultura Inglesa e Pizza Hut, entre outras.

Julio Cesar Santos, 45, é dono da empresa desde 2000. Foi quem convidou Abbott para integrar a empresa, em 2005. Em 2023, o faturamento foi de R$ 24 milhões; lucro de 30%.

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