Quer criar loja virtual do zero? Especialistas dão dicas para abrir negócio

O comércio eletrônico deve atingir a cifra de R$ 205,11 bilhões de faturamento em 2024, 10,45% a mais do que em 2023, segundo a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). Por isso, muitos empreendedores, para aumentar as vendas, investem em sites próprios e vendas online. Saiba como montar uma loja virtual e investir em uma modalidade que deve ter um gasto médio em torno de R$ 490 por consumidor, em 2024.

Como montar uma loja virtual?

O primeiro passo, segundo Guilherme Lui, consultor de negócios do Sebrae-SP, é entender o público que quer atingir. Depois, é preciso buscar bons fornecedores, selecionar os produtos que quer trabalhar para este cliente e observar qual plataforma pode oferecer a melhor oportunidade.

Abrir uma loja online não é difícil. O que é mais trabalhoso vem depois, que é a parte de comunicação e a manutenção de vendas.
Guilherme Lui, Consultor de negócios do Sebrae-SP

Contratar alguém ou criar sozinho?

O empreendedor pode criar seu site sozinho ou contratar uma empresa. Algumas plataformas têm template (formato visual do site) prontos para a criação, segundo Lui, do Sebrae.

Há serviços com templates prontos para a criação de sites. "São parecidos com casas pré-moldadas, que você tem a casa pronta, mas tem de aceitar a estrutura que ela vem, sem poder alterar nada", explica Lui.

No UOL host, por exemplo, o empreendedor consegue montar uma loja virtual do zero. Os planos variam entre R$ 29,90 e R$ 189,90, conforme as funcionalidades que a loja precisa. Esses valores incluem registro do domínio — que pode ser .com ou com.br — e seis templates — modelos de criação de site — para os empreendedores montar a loja com três ou quatro passos, segundo Ricardo Leite, diretor de produtos do UOL Host. A empresa também oferece hospedagem de sites.

Os planos dão acesso a uma ferramenta completa. Quando o empreendedor entra no sistema, pode cadastrar produtos, meio de pagamento, que no nosso caso é a PagSeguro, frete, se seguirá pelos Correios ou Jadlog por exemplo, e escolher o template da loja de acordo com o que a loja comercializa.
Ricardo Leite, diretor de produtos do UOL Host

Para Bruno Andrade, diretor de TI da Raízes Tech, a criação sem auxílio de uma empresa é mais indicada para sites institucionais. A Raízes Tech é uma empresa de soluções de tecnologia.

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Uma loja virtual exige muitos processos, principalmente a de segurança de dados e de pagamento. Por isso, recomendo que o projeto seja feito com o auxílio profissional.
Bruno Andrade, diretor de TI da Raízes Tech

Escolha do nome e domínio

Nome deve chamar a atenção. O mais indicado é escolher um nome forte para o contexto do negócio, conforme a proposta do site. "Quanto mais o nome for próximo do que é oferecido, melhor. Se puder usar o nome da marca, é perfeito", diz João Pedro Tibério, Web Developer Team Lead da Studio Visual, que oferece a criação de sites.

Existem sites para registrar o domínio. Um dos domínios mais comuns é o "com ".br" no final, que pode ser cadastrado no Registro.br, Go Daddy e Hostinger, sugere Tibério.

Loja precisa de plataforma de pagamento

Algumas plataformas também oferecem a estrutura para meio de pagamento. A diferença entre estas opções e as ofertadas por outras empresas do mercado é a taxa, que é maior nesses casos. "Quem tem estrutura, conhecimento e dinheiro para investir, pode contratar outros meios de pagamento disponíveis no mercado. Nesse caso, o contrato deve ser direito com a empresa", diz Lui.

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Já o UOL Host não cobra taxa de transação. "Normalmente, algumas plataformas cobram percentual por venda realizada. Nós não cobramos. Somente é cobrada a taxa dos meios de pagamentos, como cartão de crédito, por exemplo", diz Leite.

Boas fotos e descrição de produtos

Quanto maior a quantidade de produtos, maior a inserção de fotos e descrição dos produtos no site. "Cada produto deve ter fotos lindas que o mostre de todos os ângulos e a sua dimensão. Uma bolsa, por exemplo, precisa estar sendo usada por uma pessoa", orienta Lui.

Medidas devem estar em destaque. O especialista do Sebrae também orienta o empreendedor a colocar o tamanho do produto em uma foto descritiva mostrando a sua altura, comprimento e largura.

Logística depende do produto

A escolha da transportadora que fará a entrega do produto dependerá do que o site vai vender. "Se for uma garrafa de água, por exemplo, pode seguir pelos Correios. Se forem mesas e cadeiras, será preciso firmar contrato com uma transportadora", exemplifica Lui.

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Venda e pós-venda

Comunicação é fundamental. Uma loja física, bem localizada, chama a atenção do consumidor e ele entra. No site, porém, ele só entra se a comunicação chegar ao cliente. "O trânsito é diferente. É preciso trabalhar com estratégias para atrair o consumidor até sua loja virtual", completa Lui.

Ele cita três estratégias de tráfego:

  • SEO: a sigla em inglês para Otimização para Mecanismos de Busca que nada mais é do que palavras-chave no site. Elas devem ser atualizadas mensalmente, conforme as procuras por conteúdo na internet;
  • Tráfego pago: investir dinheiro em plataformas de anúncios para divulgar seu site com frequência;
  • Google ADs: publicidade online do Google que cria anúncios online para alcançar os usuários exatamente quando eles estiverem interessados nos produtos e serviços que a empresa oferece; ? Redes sociais: trabalhar postagens de forma orgânica e tráfego pago na rede que seu público-alvo está. Pode ser Instagram, LinkedIn, Facebook, Tik Tok, entre outras.

Marketplace é opção para quem está começando. Esses espaços já têm tudo pronto para o empreendedor colocar seu produto e começar a vender. São uma espécie de shopping virtual no qual os clientes buscam produtos, comparam preços e compram. Leite diz que os empreendedores que atuam no UOL Host conseguem configurar a integração do seu site com o Mercado Livre e a Shopee. "Estes marketplaces são grande canal de vendas para o empreendedor, por isso facilitamos a integração."

Dia das Mães movimenta comércio eletrônico. O diretor do UOL Host diz que na VirtUOL — loja virtual do UOL —, o ticket médio dos consumidores foi de R$ 257,85 no mês de maio de 2023, e a projeção para 2024 é de R$ 289,30. "Temos a projeção de um crescimento de 10% de vendas sobre o mês de maio do ano passado", afirma o executivo.

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O que ter no site?

Confira as dicas de Bruno Andrade, diretor de TI da Raízes Tech, e do Diego Santana, especialista em performance para comércio eletrônico:

  1. Defina o propósito do site: identificar o público-alvo, definir a estrutura e o conteúdo inicial dele: nicho que desejo atuar (quantos produtos, ofertas etc.).
  2. Escolha de domínio: ele deve ser agradável ao público, remeter à sua marca e ser fácil de lembrar.
  3. Registrar o domínio: antes de fazer o cadastro -- existem algumas empresas que oferecem o serviço de registro de domínio -- é importante checar se o nome da empresa já foi registrado no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) para garantir a segurança da sua marca antes de iniciar o projeto do site. Marca registrada, é só registrar o domínio. A taxa anual para mantê-lo inscrito custa, em média, R$ 40 por ano.
  4. Design: deve ter o estilo, aparência e a identidade visual que quer representar.
  5. Hospedagem: é um serviço que permite ao site ficar acessível à internet. A mensalidade varia de R$ 30 a R$ 150, para um site simples institucional. Se pagar para uma agência, o valor é de R$ 3 mil a R$ 15 mil.
  6. Prazo de criação: há projetos que podem ser desenvolvidos em uma semana, segundo os especialistas, mas o prazo pode chegar a três meses, dependendo do caso.

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