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Criou negócio de cosméticos em casa, formalizou a empresa e fatura R$ 96 mi

Edson Borgo é fundador e CEO da Ecosmetics, em Teixeira de Freitas (BA) Imagem: Divulgação

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/05/2024 04h00

Edson Borgo, 56, era professor de artes marciais em Teixeira de Freitas (BA) quando começou a fabricar em casa produtos de beleza, como xampu e condicionador, e vender para salões de beleza da cidade e região. Ficou na informalidade por dois anos, até conseguir formalizar a empresa ao obter licença do Ministério da Saúde para funcionar. Hoje, a marca Ecosmetics tem 322 produtos, exporta para 70 países e faturou R$ 96 milhões em 2023.

Marca exporta para 70 países

A Ecosmetics tem 322 produtos no portfólio. Entre eles, estão xampu, condicionador, pó descolorante, cremes para redução de volume, terapia capilar, etc.

O mais vendido no Brasil é o Descolorante Capilar (R$ 138). O líder de vendas no exterior é o Brazilian Keratin (redutor de volumes), que custa R$ 456.

A marca exporta para cerca de 70 países. As exportações representam 40% do faturamento da empresa.

A Ecosmetics tem fábrica própria em Teixeira de Freitas desde 2003. Hoje, na fábrica atual, aberta em 2007, a empresa fabrica de 40 a 50 toneladas de produtos por mês. "Mas temos ainda muita capacidade para expandir a nossa produção para até 24 toneladas por dia", diz Borgo. Neste ano, a empresa vai passar a fabricar o pó descolorante (hoje, essa fabricação é terceirizada).

São quatro centros de distribuição. No Brasil, eles ficam em Teixeira de Freitas e Vitória (ES); no exterior, em Fort Lauderdale (EUA) e em Ílhavo (Portugal). No total, a empresa tem 470 distribuidores nacionais e internacionais.

Os canais de venda são os distribuidores da marca, site próprio e marketplace. "Nós vendemos para o distribuidor credenciado, que revende para os salões de beleza. Estes salões usam os nossos produtos e também revendem as linhas de manutenção para o consumidor final. Nós também vendemos diretamente para o consumidor final, via site próprio e marketplaces, e ainda fazemos venda direta para os salões de beleza que estão localizados em regiões onde não temos distribuidores credenciados", diz Borgo.

Em 2023, a empresa faturou R$ 96 milhões. O lucro foi de R$ 12 milhões.

Academia para cabeleireiros foi o 'pulo do gato'

Em 2009, a empresa criou uma academia para cabeleireiros, em Teixeira de Freitas. No local, os profissionais da área têm cursos diversos (como de tinturas, cortes, etc.) e também aprendem a usar os produtos da marca.

Essa foi a nossa grande sacada como pilar estratégico da empresa: aliar os nossos produtos com uma capacitação para cabeleireiros. É um ganha-ganha para todos, e isso acelerou as vendas.
Edson Borgo, CEO da Ecosmetics

Cerca de 26 mil profissionais passaram pela academia, em um curso de imersão de cinco dias. Em 2023, a academia foi transferida para Vitória.

Na pandemia, a empresa fez 56 lives para os cabeleireiros com cursos gratuitos pela internet. Em média, cada live reunia de 2.500 a 3.000 profissionais.

Em 2017, a Ecosmetics ganhou um prêmio da OMC (Organization Mondiale Coiffure), na categoria educação.

Início informal da empresa

Nascido em Vitória, Borgo mudou-se para Teixeira de Freitas aos 34 anos para tentar a vida na cidade. Por sugestão do padrasto, ele começou a fabricar produtos de beleza, como xampu e condicionador, em casa e a vender para salões de beleza da cidade e região. Em paralelo, ele atuava como professor de artes marciais em academias locais. "Fomos para Teixeira de Freitas porque na época a prefeitura dava incentivos fiscais para atrair novas empresas para a cidade. Mas o início não foi fácil. Não tínhamos acesso a crédito para formalizar o negócio", diz ele.

Por dois anos, de 2000 a 2002, fabricava produtos de beleza em sua casa. A empresa era informal. O negócio chegou a ser fechado pela Vigilância Sanitária. Borgo diz que aprendeu as fórmulas dos produtos (xampu, cremes, reparador pontas, etc.) com químicos de uma empresa que vendia matéria-prima para ele.

Tive muitas dificuldades de deixar de ser uma empresa informal e passar a ser uma empresa formal, pois os recursos financeiros não existiam. Tudo foi construído com recursos próprios advindo do próprio negócio.
Edson Borgo, CEO da Ecosmetics

Em 2003, abriu formalmente a Ekoos Trat, já com autorização do Ministério da Saúde para fabricar os produtos. Construiu uma pequena fábrica própria. O investimento inicial foi de R$ 60 mil. No final do mesmo ano, mudou o nome da empresa para Ecosmetics.

Ele contratou químicos para desenvolver os produtos. Sua mulher, Elizabeth Borgo, é farmacêutica e responde por todos os produtos da marca.

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