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Faça a conta para ver se vale a pena aderir a plano de demissão voluntária

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Ricardo Marchesan

Do UOL, em São Paulo

06/02/2015 06h00

O PDV (plano de demissão voluntária) é uma forma de reduzir o pessoal, seja por causa de crise econômica, fusão ou o fechamento de uma unidade. 

Segundo Paulo Sergio João, professor de direito do trabalho da PUC-SP e FGV-SP, não existe uma lei que regulamenta o assunto. A adesão ou não ao programa é uma decisão que cabe apenas ao profissional. Por isso ele deve pensar bem antes de fazer uma escolha.

Confira pontos que o profissional deve analisar antes de entrar em um programa de demissão voluntária.

Benefícios devem durar pelo menos seis meses

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Em geral, as empresas oferecem verbas rescisórias de uma demissão sem justa causa (como a multa de 40% do FGTS). Também dão um período de assistência médica para o ex-funcionário e dependentes, assim como previdência privada, e trabalho de consultoria para ajudar a se recolocar no mercado de trabalho.

"Isso é o mínimo para aderir ao programa, e os benefícios têm de durar por seis meses", afirma Felipe Brunieri, gerente de finanças da Talenses, especializada em recrutamento. Mas o profissional também deve considerar os salários a mais que a companhia costuma oferecer na rescisão.

Calcule despesas e rendimentos mensais

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Brunieri diz que o funcionário deve calcular suas despesas e rendimentos mensais, incluindo bônus se for o caso, estimando o tempo que uma pessoa da sua posição demora para conseguir um novo emprego. "No caso de um executivo, isso pode levar de quatro a seis meses, por exemplo".

Além disso, incluir nos gastos estimados o valor de cursos de aprimoramento, como reciclagem ou MBA. Ao final, no caso de um executivo, o profissional precisa de pelo menos 12 salários para que o programa valha a pena. "Menos que isso não faz muito sentido. Mas não existe fórmula mágica. Vai variar caso a caso", diz Brunieri.

Para Gutemberg Brito de Macedo, fundador da Gutemberg Consultores, especializada em RH, o profissional deve conseguir um valor que o garanta por pelo menos seis meses, e ainda assim apertar o cinto. "Geralmente recomendo que corte 30% dos gastos". A verba da rescisão deve ser usada para despesas mensais, aplicando o que sobrar.

Avalie o mercado

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Uma das primeiras preocupações é avaliar como está o mercado de trabalho. Se o desejo é entrar em outra empresa em pouco tempo, é bom que não demore. Ficar desempregado pode não trazer benefícios. "O valor [do profissional] para o mercado diminui de acordo com o tempo que a pessoa fica inativa", afirma Gutemberg de Macedo.

Pense sobre a situação da companhia

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É preciso analisar o momento econômico da empresa ainda que, segundo Macedo, o anúncio de um plano de demissão voluntária não significa, necessariamente, que ela está mal. "Geralmente, nas empresas grandes, o mercado é que está ruim. Ela pode estar bombando em outro país, por exemplo".
 

Analise sua posição na empresa

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Para Felipe Brunieri, é preciso fazer uma autocrítica e avaliar se teria vida longa na empresa. Também é preciso pensar sobre as próprias pretensões, perguntando-se, por exemplo, se gostaria de estar na companhia daqui a cinco ou dez anos.

Mantenha-se motivado

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Se você não está crescendo na empresa, está insatisfeito, sentindo-se desmotivado ou tem algum conflito com a organização, esse é o momento de sair, afirma Macedo. O mesmo vale para a estagnação. "Se está há 20 anos na empresa e não saiu da mesma posição, sugiro buscar algo diferente, porque o caminho ali está liquidado".

Não espere uma promoção

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Um superior vai aderir ao plano ou deixar a empresa e você quer ficar para tentar ocupar o cargo? Pode não ser uma boa ideia, segundo Gutemberg de Macedo. "Condicionar o futuro da carreira à saída de um chefe é extremamente perigoso, porque isso pode não acontecer". Ao final, corre o risco de ficar insatisfeito e no mesmo cargo.

Avalie se deve empreender

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O dinheiro conseguido com o PDV pode representar a chance de independência. Mas a decisão tem de ser bem pensada. "Muitos negócios fecham no primeiro ano. Ser empreendedor não é para qualquer pessoa. Fazer um curso na área, por melhor que seja, não significa sucesso", afirma Gutemberg. Ele recomenda que o investimento inicial não seja superior a 40% da renda total do profissional.