Livro compara presidentes de empresas a heróis como Jesus e Luke Skywalker
Uma pessoa comum, que tem uma vida comum, é arrastada para uma situação de aventura onde se revela capaz de feitos sobrenaturais para sobreviver.
Segundo o livro "O Herói de Mil Faces", do sociólogo americano Joseph Campbell, de 1949, essa é a estrutura básica das histórias de todos os heróis que conhecemos (de religião, mitologia ou conto de fadas).
Jesus, Buda, Star Wars, O Rei Leão, Titanic, Matrix, Pulp Fiction: personalidades e filmes pop revelariam a mesma trajetória.
Um livro brasileiro, lançado neste ano, "O Chamado - Você é o Herói do Próprio Destino", da jornalista Maria Tereza Gomes (editora Gen/Atlas), compara os presidentes de empresas a heróis e conta histórias e exemplos de liderança.
Ao analisar o roteiro de vida de um executivo e de Luke Skywalker, de Star Wars, a autora aponta 12 passos em comum. Veja alguns:
- Chamado para a aventura: o executivo recebe convite para um cargo; Luke vê a mensagem da princesa Leia
- Recusa: executivo não aceita o cargo; Luke tem de cuidar da colheita
- Encontro com mentor: executivo recebe orientações de alguém inspirador; Obi-Wan resgata Luke do povo do deserto
- Testes, aliados, inimigos: executivo enfrenta demissões, crises, chefes ruins; Luke pratica com o sabre de luz
- Recompensa: executivo influencia empresas e pessoas; Luke se torna um Jedi
O livro tem entrevistas com executivos que foram presidentes de empresas como Unilever, GE, Vivo, Otis Elevadores e Banco Fator. Eles contam histórias de sucesso e desafios.
Engolidor de sapos
É comum achar que presidentes de empresas podem fazer o que querem na hora em que desejarem. Acácio Queiroz, que foi CEO (chief executive officer) da Chubb Seguros, afirma que a parte boa do cargo é a autonomia para pensar em projetos e fazer acontecer.
"O pior é perder o controle de nossa própria agenda". Manoel Horácio, que foi CEO do Banco Fator, afirma que o problema é "engolir muito sapo", de cima (acionistas e conselho de administração) e de baixo (funcionários). "Somos ensanduichados".
Problemas? Oba!
Herói que é herói não foge de problemas, gosta de ser resolvedor de pepinos. Parece haver uma necessidade de solucionar logo uma dificuldade e partir para a próxima. Luiz Kaufmann, que dirigiu o plano de saúde Medial, conta que assumiu a extinta empresa de telefonia Vésper depois de ela ter quebrado.
Precisou renegociar uma dívida de US$ 1,3 bilhão com 50 credores americanos. Conseguiu desconto de 90% na dívida, resolveu e problema e saiu quando a empresa foi vendida para a Embratel.
8 dicas para ser um CEO
A autora faz uma lista das atitudes necessárias para ser presidente de uma empresa:
1. Faça uma autoavaliação. Você tem sido protagonista ou coadjuvante de sua jornada?
2. Encare o desconhecido, planeje menos e curta mais o caminho
3. Perder é normal, mas aprenda com as derrotas
4. Explore suas experiências. Aprendizados e conquistas valem mais que bens materiais
5. Prepare-se para um dia perder o cargo
6. Todos têm problemas. A diferença é atitude: herói não recusa, busca solução
7. Tenha um mentor
8. Escreva sua biografia. A narrativa ajuda a dar significado para a vida
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