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Procura emprego em SP? Comércio diz que terá o dobro de vagas neste ano

Vladimir Goitia

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/02/2019 04h00

Para quem procura emprego com carteira assinada, o comércio tem uma boa notícia: só no estado de São Paulo a oferta de vagas deve dobrar neste ano em relação ao ano passado. Em todo o país, o crescimento deve ser de 55%.

No Brasil todo, o comércio varejista deve gerar em 2019 pelo menos 110 mil empregos com carteira (ano passado foram criados 71 mil). De acordo com projeções da FecomercioSP (federação do comércio do estado de São Paulo), boa parte das vagas será aberta no estado de São Paulo, onde se estima empregar pelo menos 30 mil pessoas, quase o dobro do ano passado (15,8 mil). Não há estimativas se os salários vão cair ou subir.

RJ, MG, BA e RS

Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul também têm condições de participar da geração de empregos no comércio, segundo Jaime Vasconcellos, economista da FecomercioSP e especialista em emprego. 

No momento, ainda não há estimativas para essas regiões, mas a expectativa é melhor do que em 2018, principalmente diante do resultado das vendas do setor (inclui veículos, materiais de construção e combustíveis), que somaram R$ 1,7 trilhão no ano passado, resultado 6% melhor do verificado em 2017.

Para este ano, Altamiro Carvalho, assessor econômico da FecomercioSP, estima que o faturamento real do comércio (já descontada a inflação) cresça pelo menos 4%, chegando a R$ 1,8 trilhão (25% do PIB).

Criação de mais vagas de emprego

Esses dados vêm animando o comércio varejista, que deve deslanchar a contratação de colaboradores. Vasconcellos disse que o Brasil vive hoje um "momento de reação do mercado de trabalho".

É possível recuperar parte dos empregos perdidos no comércio entre 2015 e 2016. Nesses dois anos, só em São Paulo o comércio fechou 106 mil vagas. Em 2017 recuperou apenas 6.000 e, no ano passado, outros 16 mil.

"Ainda há um déficit de 84 mil postos de trabalho aqui em São Paulo. Se este ano forem geradas 30 mil vagas, ainda teremos um déficit de 54 mil, que dificilmente serão recuperadas em 2020 para chegar ao mesmo nível de empregabilidade de 2014" disse Vasconcellos.

Para ele, esses números mostram quão grave foi a crise, e como isso afetou o consumo das famílias, com efeitos no varejo. "Precisaremos de quatro a cinco anos para recuperar os empregos perdidos em apenas dois", declarou.

Supermercados e farmácias contrataram mais

Segundo Vasconcellos, as atividades que puxaram a recuperação de vagas no ano passado no país foram supermercados (50% dos 71 mil contratados) e farmácias e perfumaria (25%). Os restantes 25% dos empregos gerados ocorreram nos segmentos de eletrodomésticos, eletrônicos, veículos e autopeças, entre outros.

Em 2018, a unidade Assaí do Grupo Pão de Açúcar (GPA) informa que contratou mais de 5.000 pessoas em todo o Brasil quando da inauguração de 18 lojas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Pará, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Amazonas, Sergipe, Ceará e Goiás.

Neste ano, o Assaí, deve abrir entre 15 e 20 novas lojas, que devem exigir a contratação de um número parecido ao do ano passado. O supermercado atua no atacado, com foco em micro e pequenas empresas, além de consumidores finais que buscam economia em compras de grande volume.

O GPA, por ter ações negociadas em Bolsa de Valores e estar em período de silêncio por conta da divulgação dos seus resultados no quarto trimestre de 2018, não pode comentar em quais regiões serão abertas as unidades do Assaí.

Mas informa que, hoje, são 144 lojas espalhadas em 18 estados, que apresentaram um crescimento de 24,2% em 2018, na comparação com o ano anterior.

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