3 dicas para usar bem o dinheiro da restituição do Imposto de Renda
A Receita Federal deposita nesta terça-feira (15) o pagamento do quarto lote de restituições do Imposto de Renda de 2015 (ano-base 2014). O lote inclui, ainda, restituições de 2008 a 2014 que tinham caído na malha fina.
Serão contemplados 2,119 milhões de contribuintes, totalizando mais de R$ 2,4 bilhões.
Para Marcos Silvestre, economista e orientador financeiro, e Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), o melhor destino do dinheiro é quitar as dívidas.
Para quem não tem dívidas, o melhor destino do dinheiro é investir na renda fixa.
Para quem está sem dívidas e está guardando o dinheiro para comprar um bem importado de que necessite muito, tal como um computador para trabalhar, Silvestre aconselha a usar o dinheiro extra da restituição para fazer essa compra agora.
"Se a pessoa percebe que o bem está com o mesmo preço de tempos atrás, ou seja, o produto ainda pertence ao estoque antigo, vou fazer uma recomendação que quase nunca faço, que é a de aproveitar o momento e comprar. Porque a tendência do dólar é de continuar subindo", diz.
Veja as dicas:
1) Pague as dívidas mais caras
- Quite ou diminua endividamentos caros, como dívidas no cheque especial ou no cartão de crédito
- Segundo dados da Anefac, em agosto as dívidas do cheque especial estavam com juros de 10,14% ao mês, em média
- No cartão de crédito, os juros estavam ainda maiores: 13,37% ao mês ou 350,79% ao ano
- Esses juros altíssimos fazem com que as dívidas aumentem de valor muito rapidamente
- O Código de Defesa do Consumidor garante o abatimento dos juros quando a quitação da dívida ocorre antecipadamente
2) Em vez de investir, pague dívidas menores
- Mesmo não tendo dívidas tão caras quanto cheque especial e cartão de crédito, Oliveira sugere usar a restituição para abater ou quitar as dívidas de outros financiamentos, tais como empréstimo consignado ou prestações de lojas
- Um investimento pode pagar menos que o custo da prestação. Os juros do consignado variam de 1,9% a 3% ao mês, enquanto uma aplicação financeira em renda fixa paga, em média, 0,82% ao mês, diz
3) Inicie ou reforce a poupança
- Para quem está sem dívidas, o ideal é iniciar ou reforçar a poupança
- Criar uma reserva de emergência, que cubra de três a seis meses de despesas e, depois, começar a formar uma poupança para realizar os sonhos, tais como troca de carro ou aposentadoria sustentável
- A sugestão de investimento é na renda fixa, por conta da alta taxa de juros
- Marcos Silvestre sugere investir nos títulos do Tesouro Direto
- No curto prazo (até um ano), investir nos títulos do Tesouro Selic, que acompanham a alta de juros
- No longo prazo, os títulos do Tesouro que acompanham a inflação, Tesouro IPCA+
- Oliveira diz que fundos DI com baixas taxas de administração também são boas opções
- Esqueça a poupança, pois ela está perdendo da inflação
- Em 2015, até agosto, a poupança rendeu 5,17% enquanto a inflação medida pelo IPCA foi de 7,06% ao ano. Em 12 meses, a poupança rendeu 7,66% contra uma inflação de 9,53%, informa Oliveira
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