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Qual porcentagem da renda familiar deve ser gasta com a escola dos filhos?

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Imagem: Thinkstock

Sophia Camargo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/11/2015 06h00

Chegou o fim do ano, hora de renovar a matrícula escolar. A decisão de estudar em um determinado colégio não deve levar em conta apenas o projeto pedagógico ou a classificação no Enem, mas a capacidade de a família arcar com o custo, no caso das escolas particulares.

Esse custo não inclui apenas as mensalidades, mas também o uniforme, a alimentação, o transporte, os gastos com material escolar e até mesmo passeios ou outras atividades das quais as crianças ou os adolescentes serão convidados a participar.

Segundo o educador financeiro Gustavo Cerbasi, os gastos com a escola geralmente representam entre 10% a 15% do orçamento da família.

"Famílias de classe média, com ganhos totais entre R$ 3.500 e R$ 6.000, são as que mais gastam proporcionalmente com educação, pois a colocam como prioridade e vão sofrer muito mais para educar o seu filho do que uma família de baixa renda, que matrícula o filho na escola pública", diz.

Família tem de definir o que é mais importante

Para que esse porcentual de 15% da renda seja obtido, a família terá de sacrificar outros gastos. "Colocar o filho em uma escola mais próxima de casa, que dê para ir a pé ou com transporte público", por exemplo.

Cerbasi afirma que até mesmo os custos com um automóvel terão de ser revistos.

"Se o deslocamento diário for de 7 a 8 quilômetros, e o custo de um táxi for de até R$ 35 diários, não vale a pena manter um automóvel na garagem só para levar o filho à escola."

Cálculo do orçamento deve incluir mensalidade mais 50%

Segundo o educador financeiro Conrado Navarro, na hora de calcular o orçamento, os pais devem calcular a mensalidade mais 50% todo mês. "Se a mensalidade for de R$ 1.000, os gastos com educação serão, em média, de R$ 1.500 por mês", diz.

Para Navarro, a família deve se organizar para que as despesas fixas da casa (incluindo aí a educação), não ultrapassem os 50% do rendimento líquido.

Mudar de região pode ser estratégia para baixar custos

Marcela Kawauti, economista do SPC Brasil, diz que a família também pode usar estratégias para baratear o custo com a educação.

"Normalmente, os colégios mais tradicionais e os que ficam na região central têm mensalidades mais caras. Também há bons colégios em regiões mais afastadas que oferecem qualidade de ensino a um custo menor."

E se a família não tem condições de pagar nada?

Segundo o educador financeiro André Massaro, a crise e o desemprego estão levando muitas famílias a não conseguirem mais matricular os filhos em escola privada, o que ocasiona sofrimento aos pais. "A questão da educação não é simples, ela envolve aspectos afetivos também", diz.

Para o educador, a família não deve ver a decisão de ir para a escola pública como uma humilhação, mas como um momento estratégico para se organizar.

"Assim que a situação melhore, a criança poderá voltar ao colégio particular."