Juros altos favorecem investimento em renda fixa; poupança é opção ruim
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Sophia Camargo
Colaboração para o UOL, em São Paulo
08/06/2016 20h00Atualizada em 09/06/2016 16h11
A taxa de juros no Brasil continua elevada, o que favorece o investimento em renda fixa e afasta o investidor de um risco desnecessário, como aplicação em Bolsa, para garantir um bom rendimento. A poupança continua sendo uma opção ruim.
Paulo Figueiredo, diretor de operações da FN Capital, afirma que o cenário econômico no país ainda é incerto, pois precisa passar pela confirmação do impeachment e avaliação da força do governo interino no Congresso. "Esse governo terá de tomar ações impopulares para acertar a economia", diz.
Se essas ações de ajuste forem tomadas com sucesso, só então o especialista acredita que a Bolsa poderá subir, terminando o ano de 2016 perto dos 60 mil pontos. Dólar deve cair a R$ 3,10 no mesmo período e a taxa de juros poderá baixar para 13% ao ano.
"Com a atual taxa elevada de juros se mantendo, a renda fixa continua bem atraente: ela garante uma rentabilidade alta a um risco menor", diz. "Mas, dependendo do apetite de risco do investidor, é possível já começar a diversificar até 20% do seu capital em investimentos mais arriscados, tais como ações."
Veja mais dicas:
Poupança está perdendo da inflação
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Paga rendimento fixo de 0,5% ao mês mais TR. Por isso, não tira proveito da alta dos juros e ainda está perdendo da inflação
Aplicação só é melhor do que manter o dinheiro na conta-corrente; perde para todos os demais investimentos em renda fixa
"Apesar dos benefícios de isenção de Imposto de Renda e resgate a qualquer momento, ela continua tendo uma rentabilidade muito aquém de opções como CDB, títulos do Tesouro, LCI. Quem investe na poupança está perdendo dinheiro", diz Figueiredo
Tesouro Direto é aplicação do momento
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Tesouro Selic, que acompanha a alta dos juros, é aplicação mais recomendada para quem não sabe quando vai precisar do dinheiro
Rende próximo de 100% do CDI
Não sofre com a marcação a mercado, que altera o preço do papel diariamente para baixo ou para cima
Como sempre tem uma rentabilidade positiva, é indicado para o dinheiro de mais curto prazo
Tesouro IPCA+, com papéis indexados à inflação, é opção para se proteger do custo de vida e garantir juro prefixado
Tesouro Prefixado, cuja rentabilidade já é conhecida do investidor no momento da compra, é opção para diversificar
No Tesouro IPCA e Prefixado, preste atenção ao prazo de vencimento. Quem tirar o dinheiro antes pode perder rendimento
LCAs e LCIs são isentas de IR
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A maior vantagem é a isenção de IR
Desvantagem: manutenção do dinheiro aplicado por um período (em geral, três meses) “Quanto maior a carência (período no qual o investidor não pode retirar o dinheiro), maior a rentabilidade”, diz Figueiredo
Está difícil encontrar LCI para aplicar, por causa da retração do mercado imobiliário. Segundo o especialista, a oferta de LCA, atrelada ao agronegócio, se mantém
Recomendação é investir em papéis que paguem pelo menos 95% do CDI
Melhor optar pelos pós-fixados, para acompanhar a alta dos juros
Ideal é que a aplicação pague acima de 105% do CDI; há bancos menores que pagam 115% do CDI
Bancos maiores costumam pagar entre 85% e 90% do CDI; nesse caso, rendimento é inferior ao do Tesouro Direto
Para obter mais rentabilidade, procure bancos menores. Para aceitar esse risco, é aconselhável limitar o valor do investimento a R$ 250 mil, atual garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC)
Bolsa: investimento de longo prazo
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Para quem não conhece o mercado, não é hora de entrar, pois cenário é de instabilidade
Para quem quer investir no longo prazo, para além de 2017, Figueiredo diz que há empresas bem geridas e que apresentam lucros recorrentes mas cujas ações estão com preços abaixo do que valem, tais como grandes bancos. “Também há uma boa perspectiva para as empresas do setor elétrico", diz
Para quem não tem nenhum conhecimento, é melhor começar a investir em fundos
Dólar: só compre se tiver despesas na moeda
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Quem tem gastos já programados em dólar, como estudos ou viagens, pode ir comprando a moeda aos poucos, para fazer um preço médio
Se a viagem estiver próxima, terá de comprar de uma vez para não correr riscos
Para quem quer investir, há opções como fundos cambiais e fundos nacionais que aplicam na moeda estrangeira
Figueiredo afirma que quem quer atrelar algum ganho ao dólar pode investir em ações de empresas exportadoras, cuja receita está ligada à moeda estrangeira. Exemplos são as empresas de papel e celulose e a Embraer.
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