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FGTS: 6 dicas para usar bem o dinheiro de conta inativa

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Imagem: Arte UOL

Téo Takar

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/02/2017 14h25

Você tem dinheiro a receber de contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)?  Segundo o governo, o saldo médio na maioria dessas contas é inferior a um salário mínimo (R$ 937). Veja algumas sugestões do que fazer com esse dinheiro:

1 – Saque todo o dinheiro, mesmo que não esteja precisando dele

São poucas as oportunidades que o governo oferece de retirar recursos do FGTS. Portanto, aproveite. Além disso, qualquer aplicação, mesmo a poupança, possui rendimento superior aos 3% ao ano mais TR pagos pelo fundo. “Não deixe um centavo. Você com certeza dará uma destinação melhor para esse dinheiro do que o governo ou a Caixa Econômica Federal”, afirma Mauro Calil, especialista em investimentos do Banco Ourinvest.

2 – Coloque em dia as prestações atrasadas do carro, da casa ou o aluguel

Dê prioridade ao pagamento das dívidas que possuem algum bem como garantia. “Se você atrasar algumas prestações do carro ou da casa, o banco pode tomar esse bem de você”, explica a professora Myrian Lund, da Fundação Getulio Vargas (FGV). A mesma lógica vale para condomínio e aluguel atrasados, pois é a sua moradia que está correndo risco caso você não pague por vários meses.

3 – Pague as dívidas, mas renegocie juros menores com o banco primeiro

Quitar empréstimos em geral, especialmente o cartão de crédito e o cheque especial, é uma recomendação unânime dos especialistas. Mas a professora Myrian Lund sugere que você não pague as dívidas logo de cara. “Vá ao banco e renegocie. É um direito seu. Não aceite a primeira proposta. Exija juros menores.”

Ela afirma que as instituições querem sempre renegociar o valor “cheio” da dívida, ou seja, o que você gastou mais os juros acumulados até aquele momento. O correto, porém, é considerar o principal do empréstimo, que é o valor que você precisou de fato, e só depois calcular novos juros – menores - em cima desse montante.

4 – Monte uma reserva de emergência

Se depois de pagar todas as contas, ainda sobrou dinheiro, guarde para uma situação inesperada.

“Aplique no Tesouro Direto, no título Tesouro Selic. Rende mais que a poupança, permite fazer aplicações pequenas, a partir de R$ 80, e você tem liquidez diária, ou seja, pode sacar a qualquer momento”, diz Myrian Lund.

“Além disso, o custo de aplicação no Tesouro Direto, de 0,8% ao ano (0,3% de custódia e 0,5% de comissão do banco) é menor do que a taxa de administração de um fundo de investimento, que aplica nos mesmos papéis, mas cobra de você de 2% a 3% ao ano.”

A professora da FGV lembra que é possível obter taxas de comissão ainda menores que 0,5% se a aplicação no Tesouro Direto for feita em uma corretora independente, em vez de usar a plataforma do próprio banco onde a pessoa tem conta.

“Mas se a quantia for pequena, pode não valer a pena por causa do custo da TED (transferência) dos recursos para a corretora. Nesse caso, é melhor aplicar pelo banco mesmo e pagar a comissão de 0,5% ao ano. Ainda vai ser melhor que investir em fundo ou poupança.”

5 – Pense na aposentadoria

O FGTS é uma reserva de longo prazo. Especialistas recomendam guardar para a aposentadoria, depois de pagar as dívidas. Aplique no Tesouro Selic, que acompanha a taxa básica de juros e oferece rentabilidade superior à da poupança e de fundos de investimento conservadores dos bancos, com baixo risco.

“Se você comparar com a rentabilidade do FGTS, de apenas 3% mais TR, faz todo sentido tirar esse dinheiro de lá e aplicar no Tesouro Selic, para conseguir uma aposentadoria melhor”, diz Roberto Indech, analista-chefe da corretora Rico. “Mesmo com a tendência de queda da Selic, essa aplicação vai render, em média, 12% neste ano. E vai continuar sendo melhor que a poupança, mesmo tendo que pagar Imposto de Renda.”

6 – Faça compras, mas só à vista, e peça desconto

A intenção do governo é que boa parte dos recursos que sairão do FGTS vá para o consumo e ajude a economia a crescer. “As pessoas podem usar uma parte do dinheiro para as compras. Mas faça isso depois de pagar as dívidas. E quando for comprar, negocie um desconto e pague à vista, para não arranjar novas dívidas em vez de se livrar delas”, diz Mauro Calil.

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