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Não finja ter mais dinheiro no começo do namoro, senão você vai quebrar

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Sophia Camargo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/06/2017 04h00

Início de namoro é um bom momento para falar de dinheiro? Ou é melhor evitar o tema e conversar de finanças apenas quando vocês se decidirem morar juntos ou se casar? Vale a pena se endividar para agradar a pessoa amada ou é melhor deixar claro quais os programas a dois que cabem no bolso de cada um?

Para a planejadora financeira Annalisa Blando Dal Zotto, sócia da Parmais consultoria, quanto antes um casal deixar claro suas possibilidades financeiras, melhor.

“Dinheiro não deve ser um tabu”, diz. Segundo ela, no início do namoro não é preciso entrar em detalhes das finanças, “mostrar a planilha do orçamento de cada um”, mas é importante que o casal faça programas que caibam no bolso de ambos.

Segundo Dal Zotto, é comum até mesmo que pessoas se endividem no começo de um relacionamento para ostentar uma situação financeira que não é a sua própria. “O par quer aparecer sempre arrumado, cabelo em dia, roupas de grife, frequentando lugares caros. Se essa não é a realidade da vida, deve deixar claro isso no início", diz.

Veja dicas da planejadora para equilibrar a vida amorosa e financeira desde o início do namoro:

1) Não finja ser mais rico do que é
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Adapte, desde o início, os programas e as decisões de consumo ao padrão de vida possível do casal. Evitem se endividar para manter aparências.

A planejadora conta que um rapaz tinha vergonha de contar para a namorada que podia levá-la a lugares mais caros porque conseguia descontos em sites de compra coletiva. “Já começa errado o namoro, pois não é vergonha economizar”, diz. 

Outro caso foi de uma menina de família pobre que começou a namorar um moço com mais dinheiro. Para impressioná-lo, queria se endividar para comprar uma bolsa de R$ 5.000. "Isso é viver uma vida que não cabe no bolso, erro muito comum", afirma.

2) Decidam como dividir as despesas
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Se os dois têm renda, a planejadora aconselha que ambos contribuam para o pagamento das despesas, para que nenhum se sinta explorado ou dependente do outro. Uma saída é contribuir de forma proporcional ao rendimento.

Se a renda conjunta for de R$ 10 mil, por exemplo, sendo R$ 6 mil de um e R$ 4 mil de outro, então cada um paga as contas na proporção de 60% e 40%. “Essa é uma sugestão, mas o casal pode optar por qualquer outro critério, desde que ambos se sintam confortáveis com o acordo”, diz.

3) Tenham o controle das finanças
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Se o relacionamento ficar mais sério e houver planos de morar juntos ou comprar um imóvel, é importante fazer a planilha financeira do casal, contabilizando as receitas e despesas de ambos e com quanto cada um irá contribuir.

4) Não cometam infidelidade financeira
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A vida a dois precisa de sinceridade e transparência também quando o assunto é dinheiro. Quando um esconde a situação do outro, ocorre a chamada infidelidade financeira, que pode levar à separação do casal.

Por pior que estejam as contas, é melhor dizer a verdade e resolverem juntos, diz a planejadora, pois o hábito de esconder os problemas financeiros pode resultar em desastres mais à frente, quando o par já estiver morando junto.

Ela conta que atendeu um casal que estava prestes a se separar pois o homem descobriu que a mulher devia mais de R$ 200 mil na praça sem nunca ter contado para o parceiro. “Ele se sentiu traído”, diz. 

5) Formalizem a relação
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Se o casal já mora junto e não tem nenhum documento que formalize a união, é bom ficar atento, alerta Dal Zotto. Segundo ela, não é preciso se casar, mas ao menos um contrato de união estável é essencial. “Aconselho até um contrato de namoro, caso já tenham bens, para evitar discussões futuras sobre o que pertence a quem”, ela diz.

No começo do namoro ninguém pensa em separação, mas ela pode acontecer. “Pela minha experiência a união estável, se não for bem documentada, é a que mais traz problemas em caso de ruptura.”

6) Poupem para momentos inesperados e planejados
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Uma vez juntos, o casal deve fazer duas poupanças: uma para as despesas inesperadas, a chamada reserva de emergência, e outra para a realização de sonhos, aquilo que o casal deseja realizar, seja uma viagem, a compra de uma casa, a chegada de um filho.

A reserva de emergência vem primeiro e deve cobrir de 6 meses a um ano das despesas. A poupança para os sonhos vem depois. É importante poupar todo mês, ao menos 10% da renda.

7) Aprendam o truque para não brigar por dinheiro
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A planejadora financeira diz que o orçamento ideal do casal deve ser transparente, com todas as contas abertas. Dentro desse orçamento, procurem separar uma espécie de “mesada” para cada um, para que a pessoa tenha o direito de usar o dinheiro como bem entender.

“Homens adoram gastar com eletrônicos e carros, já as mulheres, com roupas e produtos de beleza. Separar essa mesada evita essas brigas”, diz.

8) Não se esqueçam do lazer
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Imagem: Vladimir Surkov/ Getty Images/iStockphoto

Uma dica importante é que os casais devem decidir em conjunto o valor máximo a ser gasto com lazer. Esse valor não deve atrapalhar a reserva de segurança nem a poupança para realização de sonhos, mas o lazer não pode ser esquecido no orçamento, pois a vida não é feita só de obrigações.