Sonha em viver de renda? Veja quanto e onde investir para chegar lá

Atualmente, seria necessário ter R$ 798 mil no Tesouro IPCA 2055 (um dos títulos do Tesouro Direto) para receber uma renda média de R$ 3.000 por mês. Esse valor já considera o desconto do Imposto de Renda.

Esse título paga os rendimentos uma vez por semestre. Tendo aquela quantia aplicada, você receberia R$ 18 mil a cada seis meses, o que daria uma renda média mensal de R$ 3.000.

Para uma renda média de R$ 5.000, seria necessário possuir R$ 1,3 milhão nesse título; para R$ 10 mil por mês, R$ 2,7 milhões.

Fundos de investimento imobiliário (FIIs)

Em diversos fundos imobiliários de tijolo (aqueles que possuem imóveis físicos no seu portfólio), o rendimento está atualmente na casa de 9% ao ano. Com esse retorno, são necessários R$ 450 mil para se obter uma renda mensal de R$ 3.000, livre de Imposto de Renda.

Para R$ 5.000 e R$ 10 mil por mês, é preciso ter hoje R$ 750 mil e R$ 1,5 milhão, respectivamente.

Note a enorme diferença em comparação com o Tesouro Direto. Com R$ 1,3 milhão em títulos públicos você obtém uma renda de R$ 5.000 por mês, enquanto com o mesmo investimento em FIIs você recebe perto de R$ 10 mil.

Mas é preciso saber que os fundos imobiliários têm riscos. É necessário escolher bem os FIIs para não perder dinheiro.

Ações na Bolsa

Em ações, em geral é preciso investir mais dinheiro do que em fundos imobiliários, se você quiser começar a usufruir dos rendimentos a curto prazo.

A título de exemplo, separei cinco ações de empresas de energia e de bancos que costumam ser indicadas por analistas como boas pagadoras de dividendos. Em média, elas estão com um retorno de 6,43% ao ano, bem menos do que os 9% que se pode conseguir com fundos imobiliários.

Dessa forma, você precisaria ter hoje R$ 560 mil em ações dessas cinco empresas para receber uma renda de R$ 3.000 por mês. Para R$ 5.000 e R$ 10 mil, seria preciso possuir R$ 993 mil e R$ 1,8 milhão, respectivamente.

As cinco ações que usei como exemplo são as do Banco do Brasil (BBAS3), Copel (CPLE6), Itaúsa (ITSA4), Engie (EGIE3) e Eletrobras (ELET6). Mesmo nas ações do BB, que estão com o maior retorno em dividendos entre as cinco citadas, o ganho está em 9,63%, pouco acima da taxa de 9% que usei como exemplo dos fundos imobiliários.

Como o mercado de ações é ainda mais arriscado que o de fundos imobiliários, acaba não valendo a pena se você quiser usufruir dos dividendos a curto prazo. Você precisaria que investir mais e ainda teria mais riscos.

Como juntar esses valores?

Na hora de juntar dinheiro a longo prazo é que a gente vê a importância de ter ações na carteira, desde que você conheça esse mercado e esteja ciente dos riscos.

No Tesouro Direto, seria necessário investir R$ 1.065 por mês durante 30 anos para conseguir uma renda média mensal de R$ 3.000. Em fundos imobiliários, os aportes mensais poderiam ser de apenas R$ 320 por mês. Já em ações, é possível atingir o mesmo resultado aplicando apenas R$ 175 por mês. Para receber R$ 10 mil por mês, os aportes devem ser de R$ 3.550 no Tesouro, R$ 1.064 em FIIs e R$ 581 em ações.

As ações acabam tendo vantagem a longo prazo porque as boas empresas tendem a crescer com o prazo, e isso se reflete nos seus lucros e dividendos. Mas, claro, não é qualquer ação. Existe um risco grande de uma empresa não crescer ou mesmo falir em algum momento. Por isso, a necessidade de escolher bem e estar ciente dos riscos.

Para essas simulações, considerei uma carteira de ações que tenha uma rentabilidade real 10% ao ano, em média. Continuando a simulação, para uma renda de R$ 5.000 mensais, é preciso investir R$ 1.775 por mês no Tesouro, R$ 532 em FIIs e R$ 290 em ações.

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