Seu FGTS vai render mais, com correção pela inflação: entenda o porquê

O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou uma mudança significativa na forma como os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) serão corrigidos. A partir de agora, os depósitos serão atualizados, no mínimo, pela inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Mas o que é o IPCA?

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o indicador oficial da inflação no Brasil. Ele mede a variação dos preços de uma cesta de produtos e serviços que compõem o consumo das famílias, como alimentos, transporte, educação e saúde. A inflação é o aumento geral e contínuo dos preços dos bens e serviços ao longo do tempo. Ela reduz o poder de comprar do dinheiro, ou seja, com o mesmo valor, compramos menos coisas.

Por exemplo:

  • Supermercado: Um pacote de arroz que custa R$ 10 há um ano agora custa R$ 11.
  • Transporte: A passagem de ônibus que custava R$ 4 agora custa R$ 4,50.
  • Educação: A mensalidade escolar que era R$ 500 agora é R$ 550.

O que muda na prática?

Anteriormente, os valores depositados no FGTS rendiam com base na Taxa Referencial (TR) mais 3% ao ano. No entanto, a TR é bastante volátil e, recentemente, esteve em 0,32% ao mês. Essa regra muitas vezes não consegue acompanhar a inflação, resultando em perdas reais no valor do dinheiro ao longo do tempo.

Com a nova regra, o rendimento do FGTS será ajustado pelo IPCA sempre que a inflação medida pelo IPCA for maior do que a correção atual baseada na TR. Isso significa uma proteção maior contra a perda de poder de compra, especialmente em períodos de alta inflação.

Vamos analisar alguns exemplos para entender melhor como essa mudança impacta o rendimento do FGTS:

  • 2020: Com uma inflação de 4,92%, não haveria diferença significativa entre as regras antigas e novas, pois a inflação foi relativamente baixa.
  • 2021: Com uma inflação de mais de 10%, a nova regra teria resultado em um rendimento maior do FGTS. Por exemplo, um saldo de R$ 1.000,00 teria rendido R$ 50,05 a mais do que com a regra antiga.
  • 2022: Embora a inflação tenha sido mais baixa e não afetasse diretamente o rendimento anual, a base maior resultante do ano anterior geraria um ganho acumulado.
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O efeito acumulativo

A nova regra não apenas protege contra a inflação no ano corrente, mas também cria um efeito acumulativo ao longo dos anos. Isso significa que, mesmo em anos de inflação baixa, o saldo acumulado no FGTS será maior do que seria com a regra anterior, resultando em um rendimento melhor ao longo do tempo.

O que é ruim também pode ser bom. Normalmente, a inflação é vista como algo negativo porque diminui o poder de compra das pessoas. Se o dinheiro guardado ou investido não rende acima da inflação, ele perde valor ao longo do tempo.

Com a nova regra, os depósitos do FGTS serão corrigidos, no mínimo, pelo IPCA. Isso garante que o dinheiro depositado no FGTS não perca valor com o tempo, mesmo quando a inflação estiver alta. Vale lembrar que já existem investimentos com rendimentos atrelados ao IPCA, e o PagBank disponibiliza grande parte deles em sua prateleira de produtos.

Como é possível usar o FGTS

Existem inúmeras formas de conseguir acessar o valor do FGTS, mas tudo depende do seu contexto. Segue abaixo algumas opções:

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Demissão sem justa causa:

  • Como usar: Quando o trabalhador é demitido sem justa causa, ele tem direito a sacar o saldo total do FGTS.
  • Finalidade: Garantir uma reserva financeira para ajudar o trabalhador a se sustentar enquanto busca um novo emprego.

Compra da Casa Própria:

  • Como usar: O FGTS pode ser utilizado para comprar a própria casa, tanto para dar entrada quanto para amortizar ou liquidar o saldo devedor de financiamentos imobiliários.
  • Finalidade: Facilitar o acesso à moradia própria, oferecendo uma fonte de recursos para a aquisição do imóvel.

Construção ou Reforma de Imóvel:

  • Como usar: O saldo do FGTS pode ser utilizado para construir ou reformar um imóvel residencial.
  • Finalidade: Melhorar as condições de moradia do trabalhador.
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Aposentadoria:

  • Como usar: Ao se aposentar, o trabalhador pode sacar o saldo total do FGTS.
  • Finalidade: fornece uma reserva financeira adicional para complementar a aposentadoria.

Doenças Graves:

  • Como usar: O FGTS pode ser sacado em casos de doenças graves, como câncer ou HIV, do trabalhador, de seu auxílio ou de seus dependentes.
  • Finalidade: Ajudar no custeio do tratamento e no suporte financeiro durante períodos de doença grave.

Calamidade Pública:

  • Como usar: Em caso de desastres naturais que afetem a residência do trabalhador, ele pode sacar o FGTS.
  • Finalidade: Auxiliar na recuperação dos danos causados pela calamidade.
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Falecimento do Trabalhador:

  • Como usar: Em caso de falecimento, os dependentes ou herdeiros do trabalhador podem sacar o saldo do FGTS.
  • Finalidade: Prover recursos para a família em um momento de perda.

Saques Aniversário:

  • Como usar: O trabalhador pode optar por sacar uma parte do saldo do FGTS todo ano, no mês do seu aniversário.
  • Finalidade: Oferecer uma alternativa de acesso ao dinheiro do FGTS de forma periódica.

Minha opinião

Como educador financeiro, acredito que essa mudança representa um avanço significativo na proteção dos trabalhadores contra a perda de poder de compra. Essa mudança não só garante rendimentos mais justos em períodos de alta inflação, mas também cria uma base mais sólida para o crescimento dos depósitos ao longo do tempo.

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