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Além da Eletrobras: Veja como investir em outras ações de energia elétrica

Veja como investir em ações do setor de energia elétrica na Bolsa, segundo profissionais de mercado - Ueslei Marcelino
Veja como investir em ações do setor de energia elétrica na Bolsa, segundo profissionais de mercado Imagem: Ueslei Marcelino

João José Oliveira

Do UOL, em São Paulo

09/06/2022 11h00

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O IEE, índice das ações do setor de energia elétrica negociadas na Bolsa B3, está com desempenho acumulado este ano superior ao do Ibovespa, em um ano marcado pela volatilidade no mercado acionário. E o setor de energia elétrica também é destaque com a oferta bilionária da Eletrobras, que vai ser privatizada pelo governo.

Considerando prós e contras, vale ter ações desse setor na carteira? E para quem não quer Eletrobras, quais alternativas existem? Veja abaixo como aplicar nesse setor, segundo especialistas.

A maior empresa do setor de energia elétrica do Brasil, a Eletrobras vai ser privatizada pelo governo. Nesse processo, estão sendo vendidas ações da companhia em uma operação que pode movimentar R$ 30 bilhões, com estimativa de que um quarto desse volume seja comprado por investidores pessoas físicas.

Segundo profissionais de mercado, as ações do setor de energia elétrica apresentam um comportamento na Bolsa historicamente menos instável que o Ibovespa.

O IEE acumula este ano variação positiva de 8%, acima dos 6% apurados pelo Ibovespa. No acumulado em 12 meses, ambos estão com variação negativa, mas o IEE está cedendo menos: baixa de 2,1% contra uma perda de 14,3% do Ibovespa.

A vantagem encontra-se justamente no fato de incluir empresas mais sólidas, previsíveis e com resultados menos voláteis, o que pode trazer maior resiliência frente a momentos de incerteza, como o que estamos vivendo. Assim como qualquer investimento, existem riscos, mas a exposição a esse setor pode trazer uma característica mais defensiva para a sua carteira de ações.
Guilherme Tiglia, sócio e analista da Nord Research

Por que investir no setor de energia?

O setor de energia é usado na Bolsa para estratégias defensivas exatamente porque apresenta menos oscilações de preços que a média de mercado. Veja algumas características de ações e empresas desse setor.

  • Menor volatilidade: As companhias elétricas conseguem manter os níveis de receitas sem grandes oscilações tanto em momentos de crescimento econômico como em períodos de recessão.
  • Dificuldade de novos concorrentes: Empresas do setor de energia quase sempre atuam sozinhas em determinados mercados geográficos. Se uma companhia já é a fornecedora de energia a uma região, tende a ser caro para outra empresa entrar nesse mercado com custo fixo que seja menor para competir.
  • Receitas previsíveis: As tarifas cobradas seguem regras de contratos de longo prazo, com mais de dez anos, reajustadas pela inflação.
  • Dividendos: Por conta do modelo de negócio já maduro, baseado em contratos de longo prazo e pouco expostos às oscilações da economia, as companhias também aparecem entre as boas pagadoras de dividendos.

É muito interessante ter companhias de energia em carteira porque é uma forma de amortizar momentos de volatilidade dos mercados. As receitas são previsíveis, e as empresas distribuem dividendos com regularidade.
Paloma Brum, analista da Toro Investimentos

Tem como investir no setor de energia sem comprar Eletrobras?

O Índice de Energia Elétrica da Bolsa B3 é formado por 18 empresas. A Eletrobras representa 6,1% desse índice, sendo a segunda colocada em representatividade no indicador. A ação que tem maior peso é a daEneva, com 6,2% do IEE. Também são representativas nesse indicador as companhias Engie Brasil (5,9%), Alupar (5,8%), AES Brasil (5,7%), Neoenergia (5,7%) e CPFL Energia (5,6%).

As empresas de energia elétrica atuam em três grandes áreas de negócios.

  • Geração: São as produtoras de energia, que operam hidrelétricas, termelétricas, usinas eólicas ou parques de energia solar. Algumas das principais empresas da Bolsa que atuam no segmento de geração são: CPFL Renováveis, Eneva, EDP Brasil e Engie.
  • Transmissão: São as empresas responsáveis por levar a energia das geradoras até as distribuidoras, por meio de grandes linhas e subestações de alta tensão. Entre as empresas de transmissão de energia na Bolsa, estão: Taesa, ISA Cteep, Alupar (ALUP11), CPFL Energia, Energisa e Equatorial.
  • Distribuição: São as empresas que atendem os consumidores finais, sejam residências, indústria ou comércio. São elas que enviam a conta de luz todos os meses, realizam novas ligações e prestam outros serviços nas cidades. Exemplos: Cemig, em Minas Gerais, Celesc, em Santa Catarina, ou Light, no Rio de Janeiro.

O setor de transmissão é o mais estável de todos, com receita em determinada linha que não se altera até o fim da concessão. Na distribuição, a empresa está mais exposta às condições macroeconômicas, como a inadimplência dos consumidores. E, na geração, o principal fator é o preço de energia.
Vitor Sousa, analista do setor elétrico da Genial

Quanto ter de elétricas na carteira?

O setor de energia pode ter uma participação na carteira de ações de um investidor de acordo com o perfil de risco dele. Quanto mais conservador, maior pode ser a fatia desse segmento no portfólio. Mas é importante o investidor diversificar, evitando concentrar a aplicação nesse setor em apenas uma empresa, destacam especialistas.

Ter mais ações do setor elétrico na sua carteira indica que você está mais em busca de renda do que crescimento, dado que muitas dessas empresas são conhecidas por serem boas pagadoras de dividendos. O inverso dessa lógica também é válido.
Guilherme Tiglia

É um setor que pode fazer parte de uma carteira de longo prazo, chegando a 20% de uma carteira de renda variável, dependendo, claro, do perfil de risco do investidor.
Gabriel Gracia, analista da Guide Investimentos

Quais as desvantagens do setor?

O setor de energia é um mercado bastante controlado por contratos de longo prazo, mas que podem sofrer mudanças por alterações de regras determinadas pelos governos.

Além disso, esse setor depende de condições de clima, que podem afetar custos e investimentos.

Os pontos que mais merecem atenção no setor são dois: o risco de mudança regulatória e as condições climáticas, que podem acabar afetando o setor e pressionando os custos de forma geral.
Gabriel Gracia

O setor de energia brilha em momentos difíceis como este que estamos passando, por ser resiliente. Mas quando o consumo e o PIB voltarem a crescer, as empresas de outros setores devem se desenvolver de forma mais forte.
Vitor Sousa

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